BOLÍVIA

Presidente interina da Bolívia destitui Alto Comando Militar

Esta é a primeira decisão de Añez como presidente interina da Bolívia

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Publicado em 13/11/2019 às 20:41
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Añez é a presidente interina da Bolívia - FOTO: Foto: Jorge Bernal / AFP
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Um dia após assumir o cargo de presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez tomou nesta quarta-feira, 13, a primeira decisão como líder em exercício: nomear um novo Alto Comando Militar em período de transição.

Añez se declarou presidente na terça-feira, 12, depois de Evo Morales renunciar no domingo devido à pressão dos militares e após a Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciar irregularidades nas eleições de 20 de outubro, nas quais o agora ex-presidente foi reeleito para um quarto mandato consecutivo.

Cerimônia de posse

Em cerimônia realizada na sede do governo em La Paz, onde não eram celebrados atos oficiais desde agosto de 2018, a nova presidente empossou o general do Exército Carlos Orellana como comandante das Forças Armadas.

Além de Orellana, o general Iván Patricio Rioja assumiu o comando do Exército, o general Ciro Orlando Álvarez Armada passou a controlar a Força Aérea Boliviana e o contra-almirante Moisés Orlando Mejía Heredia é o novo encarregado da Marinha.

Embora o Estado boliviano seja laico, um crucifixo e duas velas foram posicionados ao lado da Constituição da Bolívia na cerimônia de posse. O novo comandante das Forças Armadas, Carlos Orellana, pediu "calma a toda a população da Bolívia".

Nos últimos dias, vários grupos, principalmente os contrários à renúncia de Evo, se envolveram em atos violentos que destruíram patrimônios públicos e privados.

Esses incidentes ocorreram em cidades como La Paz, El Alto e Cochabamba entre apoiadores e opositores do ex-presidente. Oito pessoas morreram e 508 ficaram feridas desde o início da crise.

Em discurso, o comandante que deixa o cargo, Williams Kaliman, ressaltou que as decisões que tomou durante o período de crise seguiram "estritamente" a Constituição e "o respeito à vida".

Sob o comando de Kaliman, os militares decidiram sair às ruas na noite da segunda-feira passada, após serem requisitados pela Polícia, que se viu sobrecarregada diante da onda de violência após o anúncio da renúncia de Evo.

Apoio de líderes

Añez, originalmente do Departamento de Beni, localizado no nordeste da Bolívia e na fronteira com o Brasil, recebeu apoio dos líderes dos protestos contra Evo.

O ex-presidente Carlos Mesa, segundo lugar nas questionadas eleições de 20 de outubro, a parabenizou pelo Twitter e o líder cívico Luis Fernando Camacho, que se tornou o principal rosto da oposição no contexto dos protestos, prometeu "apoio total".

Camacho também pediu para suspender as greves iniciadas no dia seguinte às eleições.

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