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Príncipe saudita invadiu celular do homem mais rico do mundo, diz jornal

Príncipe saudita Mohammed bin Salman teria hackeado Jeff Bezos, diz o britânico The Guardian

JC Online
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Publicado em 21/01/2020 às 19:56
Foto: Agência de Notícias Saudita / The Guardian
Príncipe saudita Mohammed bin Salman teria hackeado Jeff Bezos, diz o britânico The Guardian - FOTO: Foto: Agência de Notícias Saudita / The Guardian
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O bilionário dono da Amazon Jeff Bezos teve seu celular hackeado em 2018 depois de receber uma mensagem de WhatsApp que aparentemente foi enviada de uma conta pessoal do príncipe saudita, diz uma matéria publicada hoje às 18h30 (horário de Brasílial) pelo jornal britânico The Guardian.

Segundo a publicação, fontes informaram que a mensagem criptografada enviada do número usado por Mohammed bin Salman  tinha um arquivo malicioso que se infiltrou no telefone do homem mais rico do mundo. A informação teria sido descoberta através de uma análise forense.

Essa investigação, diz o The Guardian, encontrou uma "alta probabilidade" de invasão no telefone do magnata que foi disparada por um arquivo de vídeo enviado da conta do herdeiro saudita a Bezos, que também é dono do jornal americano Whashington Post.

Segundo a fonte de informação do jornal britânico, grandes quantidades de dados foram retirados do telefone de Bezos em poucas horas. A publicação disse ainda que não sabe que tipo de informação foi hackeada e para quê foi usada.

Na avaliação do jornal, a revelação extraordinária de que o futuro rei da Arábia Saudita teria um envolvimento pessoal no caso vai gerar impactos de Wall Street ao Vale do Silício.

A publicação avalia também que o caso poderia minar os esforços de "MBS", como o príncipe é conhecido, de atrair investidores ocidentais ao seu país, que ele prometeu transformar economicamente mesmo supervisionando repressão contra seus críticos e rivais.

Especialistas sauditas disseram ao The Guardian que achavam que Bezos provavelmente foi alvo de invasão por ser dono do Washington Post e de sua cobertura da Arábia Saudita, principalmente por causa da morte do jornalista Jamal Khashoggi que teria irritado o príncipe herdeiro e seu círculo interno.

KASHOGGI

O The Guardian informa que a Arábia Saudita negou previamente que teria invadido o telefone de Bezos, além de repetir que o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em outubro de 2018 - outro caso de grande repercussão internacional envolvendo o príncipe saudita - foi resultado de uma "operação desonesta". Em dezembro um tribunal saudita condenou oito pessoas por envolvimento no assassinato do jornalista crítico do regime, depois de um julgamento que foi descrito como uma farsa por especialistas em direitos humanos.

O caso começou a ser investigado depois que o tablóide americano National Enquirer publicou detalhes íntimos sobre a vida privada de Bezos. A história inclui seu envolvimento num relacionamento extraconjugal. A dúvida era saber como textos privados do dono da Amazon foram obtidos pelo tablóide.

O The Guardian lembra ainda que o chefe de segurança de Bezos, Gavin de Becker, escreveu numa outra publicação americana, o Daily Beast, em março do ano passado, que ele tinha repassado detalhes de sua investigação à polícia, mas não tinha revelado qualquer informação de como os sauditas acessaram o telefone de seu patrão.

Becker também teria descrito uma relação de proximidade entre o príncipe saudita com o executivo-chfe do grupo American Media Inc (AMI), dono do tablóide National Enquirer.

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