SURTO

Lojas fechadas, fronteiras bloqueadas e evacuações na China; o temor causado pelo coronavírus

A doença já provocou a morte de 132 pessoas na China; Brasil analisa três casos suspeitos

Katarina Moraes com Agências
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Katarina Moraes com Agências
Publicado em 29/01/2020 às 9:42
SONNY TUMBELAKA / AFP
FOTO: SONNY TUMBELAKA / AFP
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O temor que o surto de coronavírus se alastre e chegue a outros continentes, se tornando uma pandemia, é iminente em todo o globo. A doença — que já ocasionou a morte de 132 pessoas na China, até o momento — fez com que países como Mongólia, Estados Unidos, França, Espanha, Japão, Sri Lanka, Austrália e Rússia bloqueassem fronteiras; a cafeteria multinacional Starbucks fechasse mais da metade das lojas no país asiático e os Estados Unidos e países da Europa começassem a evacuar seus cidadãos pátrios que vivem nas zonas de risco.

O número de infecções confirmadas já chega a 5.974, com mais de mil pessoas em estado grave. Mais de 80 casos, em 17 países e territórios, já foram confirmados. Possíveis contágios entre pessoas foram detectados no Vietnã, em Taiwan, no Japão e na Alemanha. No Brasil, não há infecções confirmadas, segundo o governo federal. No entanto, três casos suspeitos estão sendo investigados no país, em Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e em Curitiba (PR).

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Portas fechadas

Starbucks

Maior rede de cafeterias do mundo, a Starbucks, fechou as portas mais da metade das suas 4.300 lojas na China e suspendeu serviços de delivery na cidade de Wuhan, epicentro da doença, e na província de Hubei, que fica a cerca de 200 km de distância da primeira. A companhia informou que está "monitorando e modificando as horas de operação de todas as lojas" por causa do surto, e que é "esperado que [a medida] seja temporária".

A China é um dos maiores centros de mercado da Starbucks, junto com os Estados Unidos. Segundo a multinacional, ainda não é claro como o fechamento afetará os negócios. O CEO, Kevin Johnson, prometeu transparência em relação às respostas da empresa às “circunstâncias extraordinárias”. “Nós permanecemos otimistas e comprometidos com a oportunidade de longo prazo na China ", acrescentou.

Toyota

As fábricas da Toyota estão paralisadas desde o dia 23 de janeiro pelas férias de Ano Novo, mas a retomada das atividades foi adiada por "vários fatores, incluindo as instruções das autoridades locais e regionais", conforme dito pelo porta-voz da empresa. Nesta quarta-feira (29), a montadora japonesa anunciou a prorrogação por uma semana da suspensão das atividades, até o dia 9 de fevereiro, pela crise de saúde provocada pelo coronavírus de Wuhan. "Vamos supervisionar a situação e tomar uma nova decisão depois desta data", disse o porta-voz do grupo.

A Toyota tem três fábricas de veículos na China, uma em Guangzhou (sul em parceria com a chinesa GAC e duas, em parceria com a FAW, em Tianjin, perto de Pequim (nordeste), e em Sichuan (centro).

Fronteiras bloqueadas

Estados Unidos

Um avião com 240 passageiros vindo de Wuhan, epicentro do coronavírus, pousou no Alasca, Estados Unidos, nessa terça-feira (28). Todas os evacuados que estavam a bordo, incluindo diplomatas e empresários, foram submetidos a exames médicos no Aeroporto Internacional do Alasca, segundo as autoridades locais.

A ordem caso fosse encontrado qualquer passageiro que apresentasse febre, tosse ou falta de ar, seria submete-lo a exames médicos e, caso a equipe determinasse a necessidade de tratamento especial, levado para o hospital mais próximo. No entanto, nenhum apresentou os sintomas do vírus.

Austrália

A Austrália quer levar seus cidadãos que moram na província chinesa de Hubei, centro da epidemia de coronavírus, para a ilha Christmas, um território do Oceano Índico onde são internados os demandantes de asilo, de acordo com um projeto apresentado nesta quarta-feira.

O primeiro-ministro do país, Scott Morrison, disse que os australianos considerados "vulneráveis", incluindo crianças e idosos, assim como as pessoas que passaram pela cidade chinesa de Wuhan e a província de Hubei, terão prioridade na operação de retirada.

As autoridades calculam que 600 australianos estão na área em que surgiu o novo coronavírus, que está isolada do mundo por um cordão sanitário para tentar conter a propagação da epidemia.

Reino Unido

Os britânicos que devem chegar ao Reino Unido depois da operação de retirada de Wuhan, a cidade chinesa epicentro da epidemia do novo coronavírus, permanecerão isolados por duas semanas como medida de precaução, conforme anunciou nesta quarta-feira o governo.

"Qualquer pessoa que chegar procedente de Wuhan será isolada de forma segura durante 14 dias, com todo o atendimento médico necessário", escreveu no Twitter o ministro da Saúde, Matt Hancock, que destacou estar "trabalhando duro para retirar os britânicos" presentes na cidade chinesa.

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Turistas chineses em Dempassar, na Indonésia - SONNY TUMBELAKA / AFP
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Pedestres usam máscaras durante feriado do Ano Novo Chinês, em Hong Kong - ANTHONY WALLACE / AFP
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Turistas chineses em Dempassar, na Indonésia - SONNY TUMBELAKA / AFP
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Casal usando máscaras no metrô de Hong Kong, na China - Anthony WALLACE / AFP
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Passageiros usando máscaras aguardam por trem na plataforma em Hong Kong - Anthony WALLACE / AFP
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Passageiros usando máscaras viajam em trem durante feriado de Ano Novo Chinês - Anthony WALLACE / AFP
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Homem usando máscaras sentado em um banco enquanto aguarda por trem - Anthony WALLACE / AFP
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Turista chinês usa máscara para se proteger do coronavírus em Dempanssar, na Indonésia - SONNY TUMBELAKA / AFP
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Passageiros usando máscaras aguardam por trem na plataforma em Hong Kong - Anthony WALLACE / AFP

Voos suspensos

British Airways

A companhia aérea British Airways suspendeu nesta quarta-feira (29) todos os voos para a China continental, após a recomendação do governo britânico para que os cidadãos evitem viajar ao país asiático em consequência da epidemia de coronavírus.

"Suspendemos todos os voos para e a partir da China continental com efeito imediato após a recomendação do ministério das Relações Exteriores", anunciou a empresa em um comunicado.

Ural Airlines

A russa Ural Airlines, que viaja para Munique, Paris e Roma, anunciou nesta quarta-feira a suspensão de todos os voos para a Europa devido à propagação do coronavírus.

"Devido à situação epidêmica na China e com a implementação de medidas restritivas por parte das autoridades chinesas e pela agência de turismo russa para turistas chineses e russos, a Ural Airlines é obrigada a cancelar uma série de voos até o fim do inverno", anunciou a empresa.

Lion Air

A companhia indonésia Lion Air também anunciou nesta quarta-feira a suspensão dos voos com destino à China em consequência do coronavírus na região de Wuhan.

Outras companhias

Nos últimos dias, as companhias aéreas Cathay Pacific Airways, United Airlines e Ural Airlines suspenderam ou modificaram os programas de voo em consequência da epidemia que afeta a China.

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