Política

Obama frustrado por falta de avanços sobre controle de armas nos EUA

Tiroteio após tiroteio, o tema das armas de fogo nos Estados Unidos volta regularmente ao debate público e político americano

Da AFP
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Publicado em 24/07/2015 às 8:20
Foto: SAUL LOEB AFP
Tiroteio após tiroteio, o tema das armas de fogo nos Estados Unidos volta regularmente ao debate público e político americano - FOTO: Foto: SAUL LOEB AFP
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O presidente americano, Barack Obama, expressou sua angustiante frustração ante a ausência de avanços sobre o controle de armas nos Estados Unidos, em uma entrevista divulgada na madrugada desta sexta-feira na rede BBC.

Esta declaração ocorreu de forma quase simultânea com um novo e trágico tiroteio. Um homem branco de 58 anos abriu fogo na noite de quinta-feira em uma sala de cinema na cidade de Lafayette, no estado de Louisiana (sul), matando duas pessoas e ferindo outras sete antes de se suicidar.

Na entrevista concedida à rede pública britânica, Obama considerou que seu país era "a única nação desenvolvida sobre a Terra na qual não temos o senso comum suficiente de contar com leis de controle de armas".

O presidente americano fez a comparação entre o número relativamente baixo de americanos vítimas do terrorismo em seu país desde os atentados de 11 de setembro com o muito mais elevado número de mortos por armas de fogo.

"Se observarem o número de americanos mortos desde 11 de setembro pelo terrorismo, são menos de 100. Se observarem o número de pessoas mortas pela violência devido às armas de fogo, estão nas dezenas de milhares", afirmou.

"E não ter sido capazes de resolver este problema é angustiante para nós. Mas não é algo que eu tenha a intenção de deixar de trabalhar nos 18 meses que me restam" antes do fim do mandato, disse.

O poderoso lobby das armas nos EUA

Tiroteio após tiroteio, o tema das armas de fogo nos Estados Unidos volta regularmente ao debate público e político americano.

As mortes maciças - aquelas de ao menos quatro pessoas falecidas, segundo a definição da polícia federal - não representam mais que 1% dos assassinatos cometidos nos Estados Unidos, segundo o periódico USA Today.

No entanto, as mortes maciças são registradas a cada duas semanas, de acordo com o jornal, que baseia sua afirmação em estatísticas do FBI.

No dia 14 de dezembro de 2012, um homem de 20 anos, aparentemente perturbado, matou 26 pessoas, entre elas 20 crianças, na escola Sandy Hook de Newton, estado de Connecticut (nordeste). Segurando suas lágrimas, Obama convocou o Congresso a legislar para endurecer o acesso às armas de fogo.

Quatro meses mais tarde, o Congresso enterrava uma reforma sobre o tema. Obama classificou este momento como "um dia de vergonha para Washington", apontando como responsável o lobby das armas, a poderosa National Rifle Association (NRA), que insistiu que possuir armas está inscrito na Constituição.

Atualmente, um júri do estado do Colorado (centro) delibera para condenar ou não à morte um homem jovem que admitiu sua culpa no assassinato de 12 pessoas durante um tiroteio registrado em 12 de julho de 2012 em um cinema na localidade de Aurora.

Na quarta-feira passada, um jovem branco de 21 anos, Dylann Roof, um supremacista branco, foi acusado de crimes racistas por um grande júri federal, acusado de matar nove paroquianos negros em uma igreja de Charleston (sudeste dos Estados Unidos).

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