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O mais recente levantamento da agência de notícias Associated Press (AP) sobre a tragédia ocorrida em 24 de setembro durante um tumulto no Hajj, rito islâmico de peregrinação a Meca, na Arábia Saudita, contabilizou um total de 1.621 mortos e centenas de pessoas ainda desaparecidas.
O número recorde de mortos supera em mais de duas vezes o saldo oficial de vítimas, que marca um total de 769 mortos e 934 feridos. Esse balanço não foi atualizado desde 26 de setembro.
Na semana passada, a AP havia anunciado o número de 1.453 mortos. O balanço foi feito com base em dados oficiais e informes de 19 dos cerca de 180 países que enviaram cidadãos ao ritual, conhecido como Hajj. As autoridades sauditas não comentaram o balanço da AP.
Até o Hajj deste ano, o maior número de mortos havia sido registrado em 1990, quando pessoas 1.426 morreram em um tumulto durante o Hajj.
O Irã, que registrou a morte 465 de seus cidadãos no incidente, responsabiliza sua rival Arábia Saudita pelo tumulto e cobra mudanças na organização do Hajj. Os sauditas rejeitam a sugestão dos iranianos de compartilhar com outros países muçulmanos a organização do evento anual.
Um ativista saudita disse em condição de anonimato à AP acreditar que o governo está nervoso dadas as críticas que vem recebendo desde a tragédia.
"A forma como vejo isso é que os sucessos vão para as pessoas em posição de autoridade, e os erros recaem sobre a vontade de Deus", disse o ativista.