O jornal britânico The Guardian descreveu em uma matéria veiculada nesta quinta (2) quatro "excêntricos" funcionários do governo de Jair Bolsonaro. Para o jornal, os representantes dos escalões mais baixos do governo de "extrema direita" têm um poder ofensivo "de cair o queixo".
No texto escrito por Tom Phillips e Dom Phillips, no Rio de Janeiro, o The Guardian diz que Bolsonaro e seus filhos "apaixonados por armas de fogo", conseguiram muita atenção durante o ano passado com declarações incendiárias e escândalos. O jornal também descreve "excentricidades" o primeiro escalão, como as do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que defende que a mudança climática é uma narrativa marxista, e o da Educação, Abraham Weintraub, "que gosta de twittar sobre o hábito de seu cão defecar nos principais jornais do Brasil".
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O The Guardian, no entanto, não ficou neles e tratou de esclarecer para o seu público outros quatro subordinados de Bolsonaro dos quais o seu público talvez não houvesse ainda ouvir falar:
FELIPE MARTINS
O primeiro citado é Filipe Martins, assessor de política externa do presidente. Segundo o jornal, aos 31 anos, Martins não possuía nenhuma experiência em política externa, mas seus laços estreitos com dois dos filhos do presidente ajudaram a transformá-lo numa figura influente no governo.
Assim como os filhos, Martins é descrito como discípulo do escritor e "teórico da conspiração", Olavo de Carvalho, "que se diverte em atacar esquerdistas, feministas, 'globalistas' e jornalistas nas mídias sociais". Dentre as excentricidades, a publicação descreve que "Martins também gosta de conspiração: no ano passado acusou a CNN e o New York Times de cumplicidade em uma campanha de 'engenharia social' para promover a pedofilia".
OUTROS TRÊS
Outro personagem abordado na matéria é Roberto Alvim, secretário especial de Cultura, que teria ficado conhecido de Bolsonaro "após insultar a grande dama do teatro brasileiro, a atriz indicada ao Oscar Fernanda Montenegro, como esquerdista 'sórdida'."
Sérgio Nascimento de Camargo, indicado para a Fundação Cultural Palmares, é relembrado pelo The Guardian como o homem que chamou celebridades e artistas negros conhecidos no Brasil como "parasitas da raça negra", além de chamar um dos compositores mais célebres do Brasil, Martinho da Vila, de "vagabundo e que deveria ser enviado para o Congo". O jornal lembra que após as polêmicas, a nomeação de Camargo foi suspensa, mas que Bolsonaro espera a anulação da decisão.
O último subordinado de Bolsonaro descrito pelo The Guardian foi Dante Mantovani, da Funarte, e suas declarações sobre como a União Soviética se infiltrou na CIA para distribuir LSD em Woodstock e suas opiniões sobre o rock.