A coordenação de campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) vai intensificar as ações no Nordeste para ganhar espaços decorrentes do vácuo deixado pela morte de Eduardo Campos. Em Pernambuco, garantem os petistas, não haverá alteração em relação ao que estava traçado anteriormente - seja no discurso ou na presença de Dilma ou do ex-presidente Lula (PT). A leitura é que não serão necessárias mudanças porque a presidente estava melhor colocada do que o ex-rival pernambucano nas pesquisas de intenção de voto e também porque Marina Silva (PSB) gera menos perigo do que Eduardo poderia oferecer.
Há a expectativa que Dilma e Lula venham a Pernambuco em duas oportunidades fazer campanha, mas segundo os petistas esses compromissos já estavam previstos antes da morte de Eduardo. Armando Monteiro (PTB), candidato ao governo estadual e um dos maiores interessados nessa agenda, já tem uma estratégia em mente. “Se depender de nós, será uma agenda no interior e outra na capital”, destacou.
A passagem de Lula por Pernambuco é esperada desde a pré-campanha, mas a teoria é que ele evitou o estado para não ter que bater em Eduardo e assim preservar as relações para um eventual segundo turno e também pela amizade entre os dois. Com a comoção causada com a morte do socialista, os petistas preferem não se expor ao falar sobre a lacuna deixada por Eduardo. Em reserva, negam que Lula vá se sentir mais à vontade aqui já que não precisará mais confrontar o ex-governador.
Outra teoria, essa já exposta publicamente pelo senador e coordenador da campanha de Dilma em Pernambuco, Humberto Costa (PT), é que a candidatura de Marina tem menos “potencial ofensivo” do que a de Eduardo. Dessa forma, não haveria a necessidade de uma presença mais intensa da presidente e de Lula em território pernambucano para alavancar a campanha nacional ou a estadual, em parceria com Armando.
Confiantes na força demonstrada pela campanha de Dilma e Armando em Pernambuco até o momento, os petistas afirmam que só mudarão de estratégia se houver alteração no cenário eleitoral. Enquanto identificarem o favoritismo da presidente e do petebista aqui,, a ordem é usar Lula como cabo eleitoral em estados onde o PT ou os partidos com quem a legenda fez aliança estiverem necessitando de reforço.
De qualquer forma, por garantia, Dilma esteve no Sertão de Pernambuco na útima quinta para gravar imagens para o guia eleitoral. Na TV, reforçará as ações desenvolvidas por sua gestão no estado.