No quarto bloco do debate entre os presidenciáveis na Band, o candidato do PSDB, Aécio Neves, disse que no seu governo não haverá espaço para o projeto "bilionário" do trem bala, porque sua eventual gestão irá priorizar o transporte de massa para a população. Para o tucano, o atual governo petista não sabe estabelecer prioridades e nem fazer projetos. Nas críticas à gestão petista, o tucano disse ainda: "Durante 10 anos o atual governo demonizou as parcerias com a iniciativa privada."
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O escândalo da Petrobras foi trazido ao centro do debate da Band pelo candidato Aécio Neves, que perguntou a ela se não era hora de pedir desculpas ao povo brasileiro "pela má gestão de seu governo na estatal". Em resposta, Dilma disse que o tucano estava mal informado, destacando que na gestão do PT a empresa aumentou de valor e aumentou a produção com o pré-sal, ao contrário do que ocorreu no governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, citando o acidente com a plataforma P-26 e a troca de ativos com a Repsol YPF. Dilma disse que era uma leviandade tratar uma empresa deste porte como o tucano estava fazendo.
Aécio disse que leviandade é a forma como a Petrobras vem sendo administrada. Segundo ele, ela saiu das páginas da economia para as da polícia. "A senhora não pode mais se omitir da responsabilidade", cobrou o tucano, lembrando que um ex-diretor da empresa, "colega" da presidente, está hoje atrás das grades pelas falcatruas cometidas na empresa. Na tréplica, Dilma disse que a gestão petista jamais levou os escândalos para debaixo do tapete, como era feito na gestão de FHC quando havia "um engavetador geral da República", numa ironia ao ex-procurador-geral da República do governo FHC Geraldo Brindeiro, acusado pelo PT de "engavetar" escândalos da gestão tucana.
Neste bloco, Marina defendeu controle da inflação, juros baixos e frisou: "Não podemos ter uma situação em que os que têm menos pagam mais." Para a candidata socialista, sua coligação tem o compromisso de não perder as conquistas econômicas já conquistadas, citando a manutenção do tripé macroeconômico. E voltou a dizer que, se eleita, pretende governar com as melhores cabeças e quadros de todos os partidos. Indagada pela candidata do PSOL, Luciana Genro, se iria governar com uma equipe econômica tucana, ela disse, mais uma vez, que não gostava de rótulos. Para Luciana, os três candidatos (Dilma, Aécio e Marina) são muito parecidos. "Para fazer uma nova política, é preciso contrariar interesses do capital financeiro", defendeu Luciana.
O candidato do PSC, Pastor Everaldo, defendeu o livre mercado e a livre concorrência para o setor de energia. Ao falar do planejamento que sua gestão faz no setor de energia, a presidente Dilma lembrou o episódio do apagão, que marcou a gestão do segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Everaldo disse que o planejamento que ele vê no governo é apenas um planejamento para se manter no poder e não para pensar o Brasil daqui a 20, 40 anos.
O Pastor Everaldo questionou Dilma sobre carga tributária, e a petista respondeu: "O meu governo fez um conjunto de desonerações. Primeiro, desoneramos a cesta básica, a folha de pagamento das empresas e a ampliação do Simples. Considero que foi muito importante a Lei de Universalização do Simples. Acredito que uma reforma tributária é fundamental para o país. Mas precisamos de uma maioria parlamentar para tanto." E disse ainda: "Aumentamos um ponto porcentual no FPM no governo Lula e somos a favor de aumentar em mais um ponto porcentual agora".
No final do bloco, Marina Silva questionou Pastor Everaldo (PSC) sobre o papel do Estado, em sua concepção, para o desenvolvimento nacional. "Eu defendo a redução do Estado ao mínimo, vou cortar, na carne, os ministérios a 20. Hoje vemos o Estado prejudicando o empreendedor brasileiro e o empreendedor internacional. O Estado hoje se serve da população", respondeu, defendendo um Estado mobilizador, que mobilize o melhor de si, da iniciativa privada, do empreendedorismo e dos setores sociais. Everaldo retrucou, dizendo que ele é a favor do livre mercado, pois hoje o que atrapalha o desenvolvimento do Brasil é justamente o Estado.