Pesquisa JC/IPMN

Paulo tem maioria na capital. Armando é mais forte no interior

Levantamento avalia distribuição regional das intenções de voto para governador

Carolina Albuquerque
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Carolina Albuquerque
Publicado em 30/08/2014 às 12:00
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Na pesquisa anterior, realizada pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau, o candidato pelo PTB, Armando Monteiro, apresentava uma larga vantagem no Recife e Região Metropolitana sobre o adversário do PSB, Paulo Câmara. No cenário divulgado nesta pesquisa, no entanto, a situação se inverte. O socialista já aparece dez pontos percentuais acima do petebista na capital – 37% contra 27%. Na Região Metropolitana, excluindo Recife, os números são iguais – 27% contra 27%. 

Coordenador da pesquisa IPMN, o cientista político Adriano Oliveira destaca que um bom desempenho no Recife e municípios metropolitanos é decisivo na corrida eleitoral pelo Palácio do Campo das Princesas. No universo de entrevistados, os eleitores recifenses representaram 19% da consulta e dos outras 13 cidades metropolitanas, 24%. 

Dois fatores podem ser considerados para avaliar o potencial de desempenho das duas mais bem colocadas candidaturas estaduais, segundo Adriano Oliveira. O primeiro é que o PT, ao abrir mão de uma candidatura própria, deixou espaços vazios para o PSB ocupar no Recife. O partido esteve à frente da Prefeitura Municipal durante um ciclo de 12 anos. Desses, oito de uma bem avaliada gestão do ex-prefeito João Paulo (deputado federal e atual candidato ao Senado) que, à época, teve alto índice de aprovação. O PT decidiu integrar o projeto de Armando Monteiro, compondo na chapa majoritária pela coligação Pernambuco Vai Mais Longe. “O PT abandona o Recife e não apresenta candidato majoritário. João Paulo apresentaria vantagem, já que é forte historicamente”, pontua o professor. 

O segundo ponto levantado pelo cientista político é o movimento feito pelo PSB desde a eleição de 2012. Ao lançar Geraldo Julio à Prefeitura do Recife, o partido socialista adentrou numa região historicamente associada ao PT. “(Ex-governador) Eduardo, ao optar por Geraldo, conseguiu entrar e influir no eleitor cativo do PT. Elegeu Geraldo, que herda um legado de Eduardo Campos, e que apresenta bons índices de aprovação na Prefeitura nesse um ano e meio de gestão”, acrescenta Adriano.

O candidato socialista também avançou sobre a Zona da Mata e Agreste. Antes com 3% das intenções de voto na Zona da Mata, Paulo agora aparece com 30%. Já Armando cai de 32% para 28% na região. No Agreste, o socialista tinha minguados 8% – mesmo gozando do apoio do governador João Lyra (PSB), que tem reduto em Caruaru. Nessa pesquisa, pula para 23%. Por outro lado, a candidatura adversária do PTB apresenta um leve desempenho, saindo de 31% para 35% no Agreste. 

No Sertão e região do São Francisco, o quadro ainda é favorável a Armando Monteiro. O candidato petebista está na dianteira com 44% da intenção de votos no Sertão e 32% no São Francisco. Paulo tem 24% e 27%, respectivamente. Adriano Oliveira destaca, no entanto, que a vantagem não está consolidada, uma vez que o socialista dobrou o percentual. Na última, tinha 10% e 12%, respectivamente. “É uma região onde a presidente Dilma (Rousseff) e (ex-presidente) Lula são fortes”, frisa. 

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