O economista Rodrigo Coelho Sabbatini, ligado à campanha de Dilma Rousseff (PT), destacou como ponto positivo da gestão do PT a manutenção de "políticas boas" dos governos anteriores, durante evento do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE) com representantes do programa econômico dos presidenciáveis. "Muitas das políticas boas que o PSDB nos deixou foram mantidas", disse.
Sabbatini rebateu críticas feitas anteriormente no evento pelo empresário Wilson Brumer, representante de Aécio Neves (PSDB), que afirmou que o PT tem um projeto de poder, não de Estado, e que a indústria está "destruída" no Brasil. O economista garantiu que o PT tem um projeto de Estado, mas concordou que a indústria "está morrendo". "Concordo plenamente que a indústria está morrendo, falo isso há 20 anos", disse. Ele ressaltou, porém, que isso é um problema estrutural, criado pela abertura da economia brasileira. "Não depende de nós mais", afirmou. "Depois de abrir, não dá para fechar a economia."
Segundo ele, uma das principais contribuições do governo do PT foi mostrar que é possível aumentar a renda da população mais pobre sem prejudicar a classe "mais abastada". O economista reconheceu que existem problemas, mas frisou que o partido tem propostas. "Há 12 anos há um compromisso explícito com a estabilidade monetária. Apenas no primeiro ano, 2002, a inflação ficou acima da meta", afirmou. Ele criticou a proposta de independência do Banco Central apresentada pela candidatura do PSB. "Só de ser discutido isso já me parece ser uma irresponsabilidade muito grande", disse. "Eles têm autonomia operacional, mas respondem ao poder democraticamente eleito."
Sabbatini reconheceu que o câmbio no Brasil é "flutuante com intervenção, como é em nove entre dez países do mundo". "Nada atrapalha mais o empresário do que a instabilidade. A intervenção serve para isso, para amortecer especulações", afirmou. Ele ressaltou ainda a necessidade de retomar o crescimento e afirmou que o governo vai manter o esforço para fazer com que bancos públicos mantenham apoio ao setor produtivo por meio do crédito. Durante o evento, os representantes dos presidenciáveis foram questionados pelos empresários presentes sobre temas como número de ministérios, política externa, corrupção e inflação.