Após o Ibovespa disparar e a cotação do dólar norte-americano cair com o resultado do primeiro turno das eleições, a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) disse nesta segunda-feira (5) em coletiva no Palácio da Alvorada, "que o investidor pode fazer tudo, mas não ganha a eleição". Mirando mais uma vez os tucanos, Dilma afirmou que a indicação de Armínio Fraga para o Ministério da Fazenda é um "complicador" para a candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves.
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"Eu desconfio que os investidores podem fazer tudo, mas não ganham uma eleição. Quem ganha e vota no Brasil chama-se povo brasileiro", disse Dilma, respondendo a uma repórter sobre a torcida de investidores por uma vitória do candidato do PSDB.
Reforçando o discurso contra o tucano e retomando a polarização entre PT e PSDB das últimas eleições, Dilma disse que a indicação de Armínio Fraga para o Ministério da Fazenda é "um complicador" para o adversário.
"Porque foi justamente no período em que Armínio Fraga era ministro da Fazenda que a inflação saiu por duas vezes do limite superior da política de metas: em 2001, a inflação foi a 7,7% e 2002 a 12,5%. Além disso, foi também na gestão do Armínio Fraga que nós tivemos a maior taxa de juro desse período, 45%", disse a petista.
"E isso é uma coisa muito complicada, então cada um opta pelo que quiser. Eu tenho um governo, estou fazendo um governo, os números do meu governo são claros."
Fantasmas
Em coletiva de imprensa concedida em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, local onde obteve a maior votação neste primeiro turno, Aécio disse que os "brasileiros estão muito preocupados são com os monstros do presente: inflação alta, recessão, corrupção".
Questionada sobre as declarações do rival, Dilma respondeu: "Comparem a minha recessão com a dele e compare os monstros do passado com o que está acontecendo no meu governo. Ele pode usar a retórica, mas a realidade se imporá."
Pesquisas
Dilma negou que tenha ficado frustrada com o resultado do primeiro turno - pesquisas de boca de urna apontavam uma vantagem maior da petista sobre o tucano. "Eu não (fiquei frustrada), eu esperava direitinho, sabe por quê? Nós não achamos e não acreditamos nessa infalibilidade das pesquisas, né? Não acreditamos nisso, até porque a gente tem um histórico de algumas coisas surpreendentes que acontecem na eleição. Por exemplo, lá na Bahia, que pela terceira vez consecutiva, em eleições para governador, o candidato que é tido e havido como perdedor ganha no primeiro turno", comentou a presidente, citando a vitória do candidato do PT, Rui Costa.
"Vocês me desculpem, mas eu acho que pesquisa é uma referência, eu sempre digo que não comento (pesquisa), acho que ela é para analista. Nós usamos várias outras informações além das pesquisas. Muito obrigada", encerrou.