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Carvalho reconhece distanciamento da classe média

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República realizou campanha no Recife

Karol Albuquerque
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Karol Albuquerque
Publicado em 13/10/2014 às 21:21
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O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República realizou campanha no Recife - FOTO: Foto: ABr
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Considerada como "questão de honra" a vitória do PT em Pernambuco neste segundo turno da eleição, o partido iniciou nesta segunda-feira (13) no Estado, uma agenda que prevê cinco mil atos até o dia da eleição do segundo turno. A deflagração desta campanha ocorreu com o lançamento de um manifesto pró-Dilma Rousseff assinado por 104 movimentos e entidades sociais e sindicais, no Recife.

O ato foi prestigiado pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho que criticou, no seu discurso, o ex-presidenciável Eduardo Campos (PSB), que governou Pernambuco por dois mandatos. "Acho que o Eduardo Campos agora que está, espero, na luz de Deus, tenha reconhecido aquilo que o Lula fez aqui neste Estado. Espero que agora ele saiba aquilo que ele não quis reconhecer em vida, como faz o Roberto Amaral, presidente insuspeito do PSB ao descrever o PSB de Pernambuco", disse Carvalho.

Depois, em entrevista, o ministro frisou que os investimentos federais em Pernambuco foram "quase um escândalo em relação ao resto do País" e por isso, o PSB não foi "somente injusto" com o governo federal, mas "escondeu do povo pernambucano a origem real dos investimentos aqui feitos".

Ele minimizou o apoio da viúva de Eduardo, Renata, à candidatura de Aécio Neves. "Acho que as pessoas saberão fazer distinção entre a reverência a uma pessoa importante para o Estado, falecida, e o futuro", observou, na entrevista. "O que está em jogo agora não é a memória de Eduardo Campos, mas o futuro das gerações deste Estado e do País". Ao lembrar que o apoio a Aécio é uma "brutal contradição" com os interesses de Pernambuco, lembrou que o tucano, quando governador de Minas, foi contra a instalação da Fiat em Pernambuco.

LADRÃO - A uma plateia empolgada, ele reconheceu que o PT atravessa "um momento delicadíssimo" da campanha diante do "enorme ódio" que se plantou em relação ao partido. Disse que tanto em Brasília como em São Paulo, estava muito difícil andar com o broche ou a com a bandeira da Dilma. "A cidade estava mais amarela do que vermelha lá em Brasília. O ódio que eles foram construindo, a gente sendo chamado de ladrão com muita frequência, a gente sendo chamado com desprezo de um grupo de petralhas que assaltaram o governo e inventaram uma coisa que nunca existiu no Brasil, que é a tal da corrupção, e que nós temos que ser varridos porque os limpos é que têm que voltar. Esse é o clima que eles conseguiram estabelecer aqui. E é esse o grau de dificuldade da nossa luta", pontuou.

"A classe média está profundamente refratária, está profundamente com dificuldade de dialogar conosco e nós com eles", admitiu." Mas não é só na classe média, é também naqueles setores populares que historicamente estiveram com a gente. Há um afastamento. A periferia de São Paulo, que era vermelha nos seus mapas eleitorais, em grande parte azulou, em grande parte amarelou".

Na avaliação do ministro, o fato de deve a "uma campanha brutal" que a elite brasileira fez "através da imprensa que controla para atribuir ao governo do PT a invenção da corrupção, que nós fomos ao governo para empregar aliados e nós mesmos, como se antes não houvesse corrupção no Brasil, como se fôssemos os inventores da corrupção".

"Conseguiram nos transformar em bandidos", disse. No discurso, contou que no sábado quase foi às vias de fato com alguém que o insultou. "Ainda bem que o cara fugiu, lá em Brasília, porque o cara me chamou de ladrão. Eu fui conversar com um companheiro, trabalhador, chegou o sujeito, viu que eu estava tentando ganhar o voto. Ele chegou: "Não vota nesses caras não porque é tudo ladrão, ele é ladrão". Eu fiz: Ladrão coisa nenhuma, seu filho de uma puta!"

Carvalho disse ainda que a presidente Dilma sofre como sofreram os presidentes Getúlio Vargas (1882-1954), Juscelino Kubitscheck (1902-1976) e João Goulart (1918-1976), que também foram transformados em políticos corruptos pela mídia, com perda de apoio popular.

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