Eleições 2014

Indecisos definem candidato na véspera da eleição presidencial

Dilma e Aécio precisam agradar quem ainda não tem candidato

Do JC Online
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Publicado em 18/10/2014 às 14:11
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Nas ruas de todo o Brasil, é possível encontrar eleitores convictos sobre em quem votarão no dia 26. Nas capitais e no interior, não faltam carros adesivados e fachadas de residências e comércios decoradas com peças de campanha de Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). No entanto, há uma parcela da população que ainda está disposta a votar em branco ou anular o voto. Outros seguem indecisos.

Para o analista político Maurício Romão, os indecisos - em torno de 6% de acordo com as primeiras pesquisas do segundo turno do Ibope e Datafolha, devem se manter até o dia da votação e contribuir para a tornar esta eleição imprevisível. “As pessoas no primeiro turno deixaram para se decidir na véspera ou no dia da eleição. Nove por cento se decidiram no domingo e 6% no sábado”, informa.

Na avaliação do cientista político Ricardo Oliveira, da UFPR, em uma disputa “voto a voto” como parece ser a deste ano, os indecisos de hoje podem ser o fiel da balança no próximo domingo. “Os eleitores indefinidos costumam escolher em quem votar nas últimas 24 horas antes da votação. Pelo percentual desse tipo de eleitor das pesquisas nacionais de opinião de votos, há um número suficiente para alterar o resultado final. Esta é uma eleição bastante competitiva”, declara.

Segundo o estudioso, esses indecisos podem ser fisgados pelas chamadas “ondas eleitorais”. No entanto, resta saber se as movimentações dessa natureza terão força para se sustentar até o próximo domingo. “Este ano, vimos as ondas de Marina e Aécio. As ondas têm um tempo curto, reduzido. A onda Aécio pode passar”, avalia, referindo-se ao fato de que o mineiro pode não ter a energia necessária para se manter à frente de Dilma ainda que por uma margem pequena de vantagem.

De acordo com Maurício Romão, outra característica do segundo turno a se levar em consideração é o fato do número de abstenções ser maior do que na primeira fase das eleições. “No primeiro turno, você tem os candidatos proporcionais que colocam carros e ônibus à disposição dos eleitores. Há uma mobilização. No segundo turno, só com os candidatos majoritários e sem os candidatos a deputado, a dispersão dos eleitores é maior”, esclarece.

Para o analista político, o grande número de eleitores faltosos tende a prejudicar mais o projeto de reeleição da presidente Dilma do que a candidatura de Aécio nas urnas. “Essa dispersão é maior no Nordeste, nas cidades menores, onde reside boa parte do eleitorado de Dilma”, diz.

O cientista político Adriano Oliveira, da UFPE, concorda em parte com a análise do conterrâneo. “Realmente, a abstenção é maior no segundo turno. Mas não podemos achar que ela prejudica mais a candidatura da presidente Dilma. E se o eleitor das capitais preferir ir à praia em vez de ir votar? Nas capitais, a abstenção pode ser mais prejudicial a Aécio”, comenta.

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