Antes mesmo do resultado oficial das eleições, a Praça do Marco Zero começou a se encher de militantes do PT. Camisas vermelhas, bandeiras de Dilma e gritos de guerra do partido tomaram conta do ambiente. Lideranças do PT chegaram por volta das 20h30 e ocuparam um palco montado pela Prefeitura do Recife para o projeto Recife Antigo de Coração.
Eleitora do PT desde a era Lula, a bacharel em Direito Márcia Novaes enumerou os avanços na área social promovidos pelo partido. “Acho que os programas sociais e de distribuição de renda contribuíram para a melhora da vida das pessoas”, afirmou. O segurança Carlos Roberto de Souza Silva lembrou a área econômica. “Em meio à crise mundial, a Europa chegou à beira da falência e o Brasil manteve salários e empregos”, argumentou. A estudante Dilma de Andrade viu no Minha Casa Minha Vida a chance de votar no PT. “Minha mãe comprou nossa casa através do programa”, explicou.
Já os discursos de petistas e aliados giraram em torno da vitória de Dilma em Pernambuco, com 70% dos votos, e ataques ao PSB e à família Campos. O público respondia com músicas que falavam de traição e gritos contra o partido adversário.
“Ganhamos porque o povo de Pernambuco não tem dono, é independente. Tem gente que pensa que é só dizer ‘vote assim, vote assado’. Pernambuco não é ingrato e sabe agradecer a Lula, a Dilma e aos partidos que estão nessa vitória”, disse o senador Humberto Costa. “É muito importante que essas lideranças noviças que estão aí, de forma arrogante, se sentindo donos da vontade do povo de Pernambuco, aprendam com esse episódio que eles têm ainda muito o que aprender na política”, disparou o senador Armando Monteiro (PTB).
Dissidente do PSB, a vereadora Marília Arraes foi bastante aplaudida pelos militantes petistas. “Não é gratidão, é questão de coerência. Pernambuco sofreu com a perseguição tucana”, disse Marília, após lembrar seu avô, Miguel Arraes. Edilson Silva, deputado estadual eleito do PSOL, também teve direito a fala. “Recife não é quintal da família Campos”, alfinetou. “Espero que o PSB seja coerente e vá para a oposição”, completou o deputado Silvio Costa (PSC).