Reeleição

Falta de 'dever em casa' em Minas Gerais garante vantagem de Dilma

Assim como no primeiro turno, a petista venceu Aécio no Estado, desta vez com 550 mil votos de diferença

Danilo Galindo
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Danilo Galindo
Publicado em 27/10/2014 às 14:37
Foto: MIGUEL SCHINCARIOL / AFP FILES / AFP
Assim como no primeiro turno, a petista venceu Aécio no Estado, desta vez com 550 mil votos de diferença - FOTO: Foto: MIGUEL SCHINCARIOL / AFP FILES / AFP
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O fraco desempenho do candidato derrotado à Presidência Aécio Neves (PSDB) em seu berço político, Minas Gerais, foi responsável pela vantagem final que a presidente Dilma Rousseff (PT) teve em sua reeleição, de cerca de 3,4 milhões.

Assim como no primeiro turno, a petista venceu Aécio no Estado, desta vez com 550 mil votos de diferença. Desde o ano passado, aliados do tucano sustentavam que Aécio conquistaria 3 milhões de votos de vantagem em Minas. Foi a diferença no Estado - o "dever de casa" - que faltou ao candidato do PSDB nesta eleição, a mais disputada desde a redemocratização.

Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo em novembro do ano passado, a intenção dos tucanos era ganhar de Dilma por uma vantagem de 3 milhões em Minas e 2 milhões em São Paulo. A estratégia chegou a ser batizada nos bastidores de política de "Café com Leite", numa referência à política oligárquica da República Velha (1889/1930), quando os dois Estados se dividiam, em comum acordo, na gestão do País. Por essa razão, os tucanos escolheram como vice o paulista Aloysio Nunes Ferreira, líder do PSDB no Senado.

Em julho deste ano, o coordenador-geral da campanha de Aécio, senador Agripino Maia (DEM-RN), disse ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, esperar uma maioria de votos a favor de Aécio "muito grande" em Minas e "grande" em São Paulo. 

Para ele, o tamanho da vantagem nos dois colégios eleitorais iria depender de como Dilma estivesse na proximidade da eleição. "O tamanho da vitória vai ser muito produto do desgaste do atual governo", destacou ele, na ocasião.

Aécio, contudo, não conseguiu eleger o seu candidato na sucessão de Minas, Pimenta da Veiga, que perdeu a corrida no primeiro turno para o ex-ministro de Dilma Fernando Pimentel. Também ficou atrás de Dilma nos dois turnos no Estado. Em contraponto, o tucano teve uma expressiva votação em São Paulo, a maior que o PSDB teve desde 1994. Com o peso do partido no Estado, Aécio conquistou 15,2 milhões de votos contra 8,4 milhões de Dilma - uma diferença de 6,7 milhões pró-tucano.

Nordeste

Os tucanos também não conseguiram melhorar o desempenho no Nordeste. O partido tentou costurar palanques competitivos na região, mas, mesmo assim, Dilma conquistou uma vantagem na região sobre Aécio que é praticamente o dobro da votação que o tucano registrou em Minas Gerais e em São Paulo, os dois maiores colégios eleitorais do País. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dilma venceu no Nordeste com 12,2 milhões de votos a mais do que o tucano. 

Na região, Dilma chegou a ter 2,9 milhões de votos de frente na Bahia, 2,4 milhões no Ceará e 1,9 milhão em Pernambuco - mesmo, nesse último caso, com o apoio da família de Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em agosto, e da sucessora dele na campanha presidencial, Marina Silva (PSB), ao tucano Aécio. Em números proporcionais, o Maranhão e o Piauí deram à petista as maiores vantagens, respectivamente, de 78,76% e 78,30%.

A intenção inicial dos tucanos seria de usar a boa votação em Minas e São Paulo, com palanques mais estruturados no Nordeste, para reduzir a diferença ou até anular a vantagem de Dilma. Contudo, a presidente teve quase 6 milhões de votos a mais que o tucano se considerar, apenas, a votação da petista nos nove Estados da região contra o desempenho do tucano nos dois maiores colégios eleitorais do País.

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