A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, aproveitaram a reunião da quarta (10) do Conselho Político do governo para pedir aos aliados que não aprovem despesas novas e derrubem qualquer proposta de aumento salarial no Congresso Nacional. Dilma cobrou responsabilidade para o Brasil conseguir enfrentar o impacto da crise econômica mundial, definida por ela como “gravíssima”.
Em tom incisivo, Mantega disse que, se o Congresso aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) regulamentando um piso nacional de salários para policiais e bombeiros, a chamada PEC 300, o efeito no Brasil será “catastrófico”. O ministro chegou até a comparar as consequências do eventual aumento ao clima de fim de mundo observado com a turbulência global nos últimos dias.
Na avaliação de Mantega, reajustes salariais para o Judiciário provocariam “efeito cascata” - já que entidades como Ministério Público e Polícia Federal tendem a reivindicar o mesmo aumento - inviabilizando o equilíbrio das contas públicas.
O ministro já havia feito apelo semelhante na véspera, quando participou de uma audiência na Câmara para discutir a nova crise financeira internacional. Mantega deixou claro que tanto o Congresso como o Judiciário terão que ajudar o Executivo a manter as contas equilibradas.
Preocupada com as insatisfações na base aliada, Dilma também fez um apelo pela unidade e “compreensão”. Afirmou que os aliados não podem deixar caducar o projeto que prevê a prorrogação, por mais quatro anos, do mecanismo que permite ao governo manejar livremente 20% dos recursos do Orçamento federal, a Desvinculação de Receitas da União (DRU).
A proposta precisa ser votada até dezembro, quando expira a vigência atual do mecanismo. “A DRU é fundamental para nós”, disse Dilma.