Depois da decisão do PT, anunciada no sábado, 18, de deixar o governo fluminense em 28 de fevereiro, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) anunciou neste domingo, 19, que vai antecipar para a mesma data a sua renúncia, inicialmente programada para o fim de março.
Cabral passará o governo para seu vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB), candidato à sua sucessão, que, no cargo, ganhará mais visibilidade para cacifar sua candidatura ao Palácio Guanabara.
A decisão de antecipar a renúncia foi divulgada pelo jornal carioca "O Globo" e confirmada pela assessoria de imprensa de Cabral.
O governador deixará o governo para possivelmente concorrer a uma vaga ao Senado. Outro objetivo da renúncia é permitir que um de seus filhos, Marco Antônio Cabral, dispute uma vaga de deputado. A lei proíbe que parentes de governadores concorram no mesmo Estado, durante o mandato no governo estadual.
Para evitar a inelegibilidade do familiar, o governador precisa deixar o posto pelo menos seis meses antes do primeiro turno da eleição. Cabral ainda enfrenta uma crise de popularidade desde as manifestações de junho do ano passado, marcadas por violência da Polícia Militar. Depois dos protestos, o governador virou alvo da campanha "Fora, Cabral", caracterizada por atos de violência de policiais e manifestantes.
A decisão do PT de deixar o governo Cabral foi tomada na mesma reunião do diretório regional que resolveu lançar a candidatura do senador Lindbergh Farias (PT/RJ) como candidato ao governo do Rio.
Desde o ano passado os petistas tentam se desvincular do governo Cabral. O PMDB não aceita que o PT tenha candidato próprio ao governo do Rio. Recentemente, pediu ajuda ao vice-presidente da República, Michel Temer, para que a seção estadual do petismo seja obrigada a apoiar Pezão.