Apesar de ter afirmado que participará das campanhas do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência e do ex-ministro e também tucano Pimenta da Veiga ao governo de Minas, o ex-deputado federal Eduardo Azeredo, que é um dos fundadores da legenda, não foi visto entre as lideranças do partido na convenção do diretório mineiro da legenda nesta terça-feira (10) em Belo Horizonte que confirmou a chapa para a disputa estadual.
Azeredo deixou o cargo após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir à Justiça que ele seja condenado a 22 anos de prisão por participação no esquema conhecido como mensalão mineiro. Após renunciar, Azeredo ficou ausente de encontros oficiais do partido até 19 de maio passado, quando participou de evento político no qual foram confirmados os nomes do ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) para disputar a vaga no Senado e o do presidente da Assembleia Legislativa de Minas, deputado estadual Dinis Pinheiro (PP), como vice de Pimenta, chapa confirmada hoje na convenção.
Na ocasião, Aécio afirmou que Azeredo participará da campanha da forma que "achar adequada" e Pimenta, "como for conveniente". Já o próprio ex-deputado declarou que participaria ativamente das campanhas. "Sou fundador do partido. Vou defender o Pimenta e o Aécio", disse, após o evento, ressaltando que não fazia aparições públicas antes porque "quem tem moral, vergonha na cara, fica sentido quando é injustiçado". A reportagem tentou falar com a assessoria do deputado na noite de hoje, mas não teve resposta.
Marcos Valério
Além dele, o próprio Pimenta da Veiga também pode enfrentar problemas por envolvimento com o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, já condenado por envolvimento no mensalão federal. O Ministério Público Federal (MPF) enviou de volta à Polícia Federal (PF) inquérito no qual o tucano é indiciado por ter recebido R$ 300 mil do empresário. A PF havia concluído o inquérito, mas o MPF solicitou novas diligências no caso.
"O MP devolveu o inquérito à Polícia Federal considerando os elementos inconsistentes. Foi uma boa notícia. Portanto, vamos aguardar. Mas a notícia foi boa", avaliou Pimenta. Quando o inquérito for enviado de volta ao MPF, o Núcleo do Patrimônio Público, que ficará responsável pelo caso, poderá decidir pela denúncia contra o tucano, pelo arquivamento do caso ou mesmo por pedir novas investigações à polícia.