A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, reiterou nesta quarta-feira, em depoimento à CPI Mista do Congresso, que a companhia fez investimentos nas refinarias adquiridas no exterior para aumentar suas capacidades de refino. “A Petrobras investiu US$ 685 milhões em Pasadena após a aquisição para processar 100 mil barris por dia. Investimentos pós refino são pesados e permanentes. Investimentos da Pasadena estão em linha com os realizados em outras refinarias de grande porte”, completou.
Graça citou a força do mercado norte-americano de derivados de petróleo para destacar a importância estratégica da aquisição da refinaria situada no Texas. “A localização de Pasadena é favorável para qualquer negócio na região”, argumentou. A presidente da Petrobras repetiu ainda que o resumo executivo de Pasadena não tinha menção às cláusulas de “Put Option” e “Marlim”. “As cláusulas agregavam valor para Pasadena por causa do chamado 'revamp' (modernização)”, alegou.
Ela também disse ser vantajoso o afretamento - ou aluguel - de plataformas de extração de petróleo. “A Petrobras possui 125 plataformas em operação, um número grande em termos mundiais, e há unidades alugadas (afretadas), paras quais a Petrobras paga pelos serviços. A SBM Offshore trabalha nesse mercado”, afirmou a executiva, em depoimento à CPI Mista do Congresso.
Segundo ela, das 23 plataformas afretadas pela Petrobras, oito pertencem à SBM. “A Petrobras aluga plataformas da SBM Offshore desde 1996. A soma dos contratos de aluguel com a companhia é de US$ 27,67 bilhões”, detalhou. A executiva citou que o aluguel de uma plataforma custa em torno de US$ 4,4 bilhões, enquanto uma unidade própria da Petrobras com capacidade semelhante necessita de US$ 5,4 bilhões em investimentos. “São contratos vultuosos, com grandes valores por uma unidade. Com o aluguel, podemos fazer mais porque só começamos a pagar quando se inicia a extração do óleo e, com isso, temos um alívio no nosso balanço”, argumentou.
Graça também destacou que, pelo modelo de afretamento, o risco de sobrecusto na construção das plataformas fica com as empresas contratadas, que ainda conseguem entregar óleo antes das unidades próprias da Petrobras. “Os contratos de aluguel de plataformas são feitos diretamente, sem licitação, mas três empresas disputam essa concorrência”, completou.