Candidato a deputado estadual pelo PSB, mas membro do grupo Rede Sustentabilidade, do qual participa Marina Silva, Vanderlei Fernandes emitiu uma nota sobre a errata do programa da candidata com recuo na proposta de direitos LGBT. Vanderlei, que é gay, mantém uma união estável com o engenheiro Arnaldo Rafael. Os dois adotaram um menino, que hoje tem nove anos.
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Na nota, enviada ao Broadcast Político, Vanderlei disse ter ficado "decepcionado" com a errata, mas ressalvou que é preciso esclarecer os fatos. "As propostas contidas na errata foram aquelas 'consensuadas' após diversos encontros programáticos, com a sociedade, pelo País. O que houve, portanto, foi que, por uma falha, as propostas impressas inicialmente no programa foram aquelas que o coletivo reivindicou, ciente de que existiriam alterações", disse no documento, corroborando a posição defendida pela campanha de Marina.
"É preciso deixar claro que Silas Malafaia não tem o poder de nos pautar e não foi o responsável pela retificação no programa" diz em outro trecho da nota, defendendo que não houve mudança no programa por causa de pressões religiosas como a do pastor, que comemorou o recuo no Twitter. O candidato disse ainda, na nota, que o programa da coligação Unidos pelo Brasil é ainda o que considera "mais avançado na comparação com os principais candidatos concorrentes".
Vanderlei relatou em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ter criado no Facebook a página "Rede Diversidade", de militantes da Rede ligados à causa LGBT. Disse também ter levado a Marina um manifesto, elaborado com outros integrantes do projeto de partido, com reivindicações de respeito a direitos civis independentemente de orientação sexual.
"Marina se mostrou muito receptiva, sem nenhum traço de preconceito. Em nenhum momento ela se mostrou contra as nossas pautas, pelo contrário. Marina conhece meu companheiro, conhece meu filho, sempre nos respeitou", relatou Vanderlei.
O candidato a deputado estadual disse que há divergências no segmento LGBT da Rede e dos partidos coligados na chapa presidencial em torno da defesa do casamento civil igualitário. "Isso foi discutido, mas não houve consenso. Há um certo embate por quem quer o nome 'casamento'. Eu particularmente me sinto completamente contemplado pela união civil", disse.
Vanderlei considera que há um processo para reversão de "fatos históricos". "As conquistas vêm com o tempo, não se pode querer impor tudo de uma vez só."