A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-feira (22) que a Petrobras "já se recuperou e bateu todos os recordes de produção". Em entrevista ao Bom Dia Brasil, da TV Globo, a presidente destacou que a própria agência internacional de energia reconheceu esse dado. Ela garantiu ainda que as investigações envolvendo membros da empresa em um suposto esquema de corrupção na estatal não comprometem a produção de petróleo nem o pré-sal. "Esse será um imenso fator de crescimento para o Brasil. A produção de petróleo é fundamental para o País", disse. "Toda essa investigação não compromete o ritmo de desenvolvimento (da empresa)."
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Segundo Dilma, não há dúvidas de que em breve o País passará a ser exportador de petróleo. Ela afirmou que, apesar de a Petrobras ter sido a maior responsável pelo déficit brasileiro nos últimos anos, o cenário está controlado. "A dívida está controlada. Não temos flancos externos", afirmou.
Dilma voltou a citar a crise internacional para justificar o baixo crescimento do País e alguns problemas na economia, como a inflação beirando o teto da meta. Segundo ela, a independência do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), por exemplo, está baseada no máximo emprego, estabilidade no curto prazo e juros moderados no longo prazo. "Aqui é considerado de extrema heterodoxia. Aqui (o BC) persegue apenas a inflação", afirmou.
Depois de uma intervenção dos jornalistas, dizendo que a meta da inflação não está conseguindo ser alcançada, a presidente afirmou que "hoje no mundo ninguém está conseguindo" alcançar todas as metas. "Estamos numa situação em que o Brasil está na defensiva em relação à crise", disse. Segundo ela, essa postura é proteger emprego, salário e investimento. "Eu comprometo emprego e salário se eu não mantiver investimentos", disse.
A presidente afirmou apostar em uma retomada da economia mundial e disse que ela depende em boa parte da evolução da economia norte-americana. "Os EUA evoluindo bem, o Brasil pode entrar numa outra fase, precisa de menos estímulos", disse. Ela acredita que com isso é possível "ficar mais entregue à dinâmica natural e a economia pode passar para uma retomada", completou.