Derrotado na disputa presidencial, o PSB só deverá assumir uma posição mais clara sobre o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) no próximo ano. As conversas já foram iniciadas e na próxima semana a Executiva nacional do partido vai se reunir para chegar a um consenso sobre o assunto. No entanto, membros da legenda já admitem que a decisão do PSB estará atrelada às movimentações feitas pela presidente reeleita. Há o entendimento de que é preciso saber como Dilma vai se comportar diante dos pontos defendidos pelos socialistas na eleição.
Membro da Executiva nacional, o senador eleito Fernando Bezerra Coelho garantiu que o PSB está na oposição. No entanto, destacou que os socialistas aguardam o aceno do governo sobre os pontos programáticos apresentados durante a eleição. Caso Dilma indique para uma possível mudanças nos temas considerados prioritários pelo partido, a legenda tende recuar no papel de oposição. “Nosso compromisso são com os pontos programáticos construídos para justificar nossa candidatura, primeiro com Eduardo e que teve sequência com Marina e Beto. Isso vai nos aproximar ou nos afastar do governo. Na medida em que o governo priorize essas agendas de reformas que têm a ver com os pontos programáticos, estaremos mais próximos, colaborando e cooperando para essa agenda avançar”, comentou o senador.
Apesar disso, Fernando Bezerra destaca que essa sinalização não indica uma possível participação no governo. A bancada de senadores e deputados federais estará hoje com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
As lideranças do PSB entram em contradição sobre a posição da legenda desde o resultado do segundo turno da eleição presidencial. Alguns falam que o partido deve ficar na oposição, outros alegam que a legenda será independente.
Carlos Siqueira já conversou com os governadores eleitores e disse que o encontro de hoje é uma reunião preparatória para o encontro da Executiva nacional. Ele não quis adiantar o posicionamento dos governadores. Ricardo Coutinho, da Paraíba, apoiou a candidatura de Dilma Rousseff no segundo turno. “Vamos coletar a informações de todos para a reunião da próxima semana. O que posso dizer é que caminhamos para o consenso”, resumiu.