O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Marcelo Neri, voltou a rebater nesta quinta-feira (6) as críticas de que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) tenha escondido dados no período eleitoral que apontam o aumento do número de brasileiros em situação de extrema pobreza em 2013, após uma década de queda da miséria no Pais. Apesar de defender o Ipea, o ministro reconheceu que há problemas pontuais, que não podem ser minimizados, como o da extrema pobreza, mas disse que os dados gerais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) são positivos e alvissareiros.
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Segundo o ministro, que proferiu palestra na capital paulista, "o PIB dos brasileiros está crescendo muito mais do que a economia", exemplificando que as últimas três Pnads - de 2011 até 2013 - indicam crescimento de 5,5% na renda dos brasileiros, e que no último ano o crescimento foi de 3,5% acima da inflação, enquanto o PIB do Pais cresceu apenas 0,8%. "Este é um dado para ser mostrado e não escondido", ironizou, numa crítica indireta a setores da oposição que afirmam que o governo Dilma Rousseff omitiu a divulgação de dados negativos durante sua campanha pela reeleição.
Além da alegação de que os dados gerais da Pnad são positivos, o ministro defendeu também o Ipea, órgão que já presidiu e que é subordinado à sua secretaria. "Não escondemos dados em período eleitoral, a Pnad é tudo que o Ipea gostaria de mostrar, o Ipea teve a decisão autônoma e de extremo cuidado em não divulgar dados no período eleitoral." E emendou: "Como os dados são bons, se o Ipea tivesse divulgado, as críticas seriam opostas, o Ipea foi zeloso, de um cuidado com a própria instituição, foi uma decisão legítima."
O ministro, que é economista, evitou falar em macroeconomia, mas destacou que a inflação é preocupante, contudo, não contaminou a renda da Pnad. "Obviamente a inflação é preocupante, mas a renda subiu, temos problemas pontuais que não podem ser minimizados, mas o quadro geral é alvissareiro."