Os delegados de Polícia Federal elegeram sua lista tríplice para escolha do futuro diretor-geral da corporação. A classe elegeu os delegados Roberto Troncon, superintendente em São Paulo; Sérgio Fontes, diretor de gestão de pessoal e ex-diretor da Academia Nacional de Polícia; e Sérgio Menezes, superintendente em Minas Gerais.
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A lista, que tem caráter de sugestão, será levada ao ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e à Presidência da República. O atual diretor-geral da PF é o delegado Leandro Daiello. Não está decidido se ele vai permanecer no topo da corporação no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
O pleito, o primeiro na história da categoria, foi conduzido pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) e pela Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal. Votaram 790 delegados, dos cerca de 2,1 mil associados. O voto foi facultativo.
A escolha do chefe da PF é prerrogativa exclusiva da Presidência da República. Na véspera do 2.º turno das eleições presidenciais de 2014, o governo editou a Medida Provisória 657, batizada “MP da Autonomia”. O texto impõe que o comando da Polícia Federal será ocupado exclusivamente por delegado de carreira da instituição.
A MP foi aprovada pela Câmara dos Deputados e está sob análise do Senado, mas sofre pesada resistência dos procuradores da República e de agentes, escrivães e peritos da PF. Os procuradores avisam que podem ir ao Supremo Tribunal Federal contra a medida.
A MP não alterou a competência para indicação do diretor-geral, ato que continua sendo de atribuição do Palácio do Planalto. “A lista tríplice é uma sugestão”, assinala o presidente da ADPF, Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, artífice das principais conquistas obtidas nos anos recentes pelos delegados da PF. “Estamos colocando como uma contribuição para auxiliar a Presidência da República no aperfeiçoamento do processo de escolha da direção-geral da Polícia Federal como uma polícia verdadeiramente republicana, como deseja a sociedade brasileira.”