Acompanhado do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, convocou uma coletiva de imprensa para mostrar boa vontade do governo federal com os pedidos do setor. Mercadante anunciou a formação de seis grupos de trabalho que estudarão os pontos prioritários da indústria e apresentarão em dezembro os resultados à presidente Dilma Rousseff. Mercadante disse, ainda, que haverá uma nova equipe do governo em breve e que ela terá foco na competitividade do Brasil.
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Os seis grupos de trabalho estudarão temas de logística e infraestrutura, como rodovias, portos, energia, mobilidade urbana. Também serão discutidas questões relacionadas à desburocratização, comércio exterior e compras governamentais.
Robson Andrade acrescentou que a indústria defende que o País faça acordos internacionais e disse que este foi um ano difícil para a indústria. "Precisamos melhorar pontos da competitividade. Temos enfrentado concorrência muito competitiva. Enfrentar essa concorrência internacional é quase uma guerra, porque, por mais que a gente faça, eles colocam câmbio artificial, fazem coisas que o Brasil não faz", disse. Ele afirmou, ainda, que não há previsão de a CNI revisar projeções para os indicadores deste ano.
Questionado sobre o projeto que muda a Lei de Diretrizes Orçamentárias, Andrade defendeu a posição do Palácio do Planalto. "Se você não achar mecanismos que possam deixar o governo de portas abertas para fazer investimento em infraestrutura e desoneração, vamos ficar em situação bem mais difícil do que aquela que vivemos hoje."
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, e o secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, também participaram da entrevista.
PIS e Cofins
Mercadante evitou dar um prazo para o envio do projeto que unifica o PIS e a Cofins ao Congresso Nacional. "A hora que tiver pronto vocês vão saber, mas está muito avançado", disse. No mês passado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o projeto poderia ser enviado ainda neste ano ao Congresso, mas não antes das eleições.
Mercadante afirmou, hoje, que a questão entrará na agenda de estudos do governo junto com a CNI. "A intenção é criar estrutura tributária mais racional", disse, acrescentando que a Fazenda está bastante avançada neste assunto.