A confirmação dos novos nomes da equipe econômica da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) não significa que ela deixará de ter ingerência sobre essa área de seu governo, em razão do estilo que ela adotou desde o primeiro mandato, de gerente e de cobrança de metas e resultados. Apesar disso, os nomes de Joaquim Levy para a Fazenda e de Nelson Barbosa para o Planejamento, além de aplacar os ânimos do mercado financeiro, podem representar o canal que faltou a ela no primeiro mandato para conversar com setores importantes da economia, como o empresariado.
A avaliação foi feita pelo cientista político e professor do Mackenzie Adolpho Queiroz. Segundo Queiroz, "caberá certamente à presidente sempre a última palavra entre acelerar ou conter". E para isso, talvez ela reserve ao chefe da Casa Civil, Aloisio Mercadante, também economista, um papel de maior destaque na condução das questões político-partidárias que envolverão o próximo mandato.
"Saindo-se bem da futura tarefa, ele despontará certamente como o "pai" do PAC ou outra alegoria que for inventada para manter a aliança entre o PT e o PMDB por mais uma década de poder no pós Dilma", reitera. Sobre a equipe econômica, o professor diz que a indicação do nome de Levy foi uma surpresa por conta do perfil do economista, o que acabou gerando resistências no próprio partido de Dilma, o PT.
Contudo, aposta que ele deverá acalmar o mercado e gerar uma expectativa positiva. "Ao anunciar o trio responsável pela Fazenda, Planejamento e Banco Central (com a manutenção de Alexandre Tombini) no próximo mandato, Dilma procura manter o equilíbrio entre desenvolvimento e segurança, apostando em figuras públicas com experiência e vivência nos setores público e privado".