Câmara dos deputados

Bolsonaro diz que não estupra ex-ministra pois ela ''não merece''

O deputado é conhecido por suas posições conservadoras sobre temas como homofobia e violência policial

AFP
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Publicado em 09/12/2014 às 21:45
Lucio Bernardo Jr./ Câmara dos Deputados
O deputado é conhecido por suas posições conservadoras sobre temas como homofobia e violência policial - FOTO: Lucio Bernardo Jr./ Câmara dos Deputados
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O deputado federal Jair Bolsonaro afirmou, durante discurso no plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, que "não estupraria" a ex-ministra Maria do Rosário porque ela "não merece". 

"Não saia, não, Maria do Rosário, fique aí. Há poucos dias você me chamou de estuprador [...] e eu falei que eu não a estuprava porque você nem merece. Fique aqui para ouvir", disse Bolsonaro, do Partido Progressista (PP). 

Deputado mais votado do Rio de Janeiro, Bolsonaro é conhecido por suas posições conservadoras sobre temas como homofobia e violência policial. 

O episódio ocorreu depois que a deputada Maria do Rosário, do Partido dos Trabalhadores (PT) do Rio Grande do Sul, fez um pronunciamento ressaltando a importância da Comissão Nacional da Verdade - que investiga crimes políticos cometidos durante a ditadura militar (1964-1985).

"Que aqueles que torturaram sejam responsabilizados por seus crimes contra a humanidade", disse Maria do Rosário. 

"Os direitos humanos no Brasil só servem para defender bandidos, estupradores, marginais, sequestradores e corruptos", rebateu Bolsonaro. 

Além da ofensa sexual, o deputado chamou Maria do Rosário, ex-ministra de Direitos Humanos do governo Dilma Rousseff, de "mentirosa, deslavada e covarde" e classificou o atual governo de "comunista, imoral e ladrão". 

Esta não é a primeira vez que Maria do Rosário é alvo de agressões de Bolsonaro. Em 2011, durante um debate sobre redução da maioridade penal, ele afirmou que só não a estuprava porque ela "não merece". Em seguida, Bolsonaro chamou Maria do Rosário de "vagabunda".

As instâncias competentes da Câmara dos Deputados foram acionadas à época, mas a acusação não teve maiores consequências. 

O deputado Amauri Teixeira, que presidia a sessão desta terça-feira, disse que irá solicitar a gravação do pronunciamento para que o caso seja examinado pelo Conselho de Ética da casa. 


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