Os futuros ministros da Fazenda e do Planejamento, Joaquim Levy e Nelson Barbosa, estiveram nesta terça-feira (16) reunidos, a portas fechadas, com deputados e senadores da Comissão Mista de Orçamento para explicar as metas para 2015.
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Segundo congressistas que participaram da conversa, os ministros não anteciparam medidas que deverão ser tomadas no orçamento, justificando que ainda não são ministros de fato, mas reforçaram o compromisso de reduzir gastos e dar mais transparência às decisões do governo na área econômica.
Levy passou a mensagem de que 2015 não será um ano fácil, e que a meta de poupar 1,2% do PIB no próximo ano para o superavit primário vai depender de grande esforço, relataram alguns deputados após a reunião de três horas. Os futuros ministros não falaram à imprensa.
Em compensação, eles falaram aos congressistas que o país tem capacidade de recuperação rápida e, com as medidas certas e transparência, o Brasil tem potencial de voltar a crescer em 2016.
DIFICULDADES - A ida de Levy ao Congresso foi um pedido da oposição para aprovar em plenário a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2015, que estabelece metas e a previsão de despesas para o ano. A votação da lei deve acontecer nesta terça.
O senador Romero Jucá (PMDB - RR), relator do Orçamento de 2015, disse que Levy afirmou que será um ano "de dificuldades" e de cortes seletivos de gastos públicos.
Os congressistas aproveitaram o encontro para criticar a possível alta de impostos, como da Cide (sobre a gasolina) e a retomada da CPMF, medidas que estão sendo consideradas para aumentar a receita do governo. Os ministros não cravaram se haverá alta de impostos.
Segundo o deputado Izalci Lucas (PSDB - DF), os futuros ministros reforçaram que haverá redução nos repasses para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e outros bancos públicos, medida anunciada já no discurso de estreia de Levy ao ser nomeado pela presidente Dilma.
Segundo o deputado Izalci, Levy mostrou preocupação com o nível de poupança do país e falou da necessidade de políticas de estímulo a essa prática.
Levy teria encontro marcado com o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB - AL), para negociar o adiamento de votação de matéria com impacto fiscal -a convalidação de benefícios fiscais.
Renan Calheiros afirmou que o encontro não aconteceu e que, se depender dele, a proposta será votada nesta terça (16).