O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou ser necessária uma investigação sobre o momento em que a presidente da Petrobras, Graça Foster, foi alertada de desvios na estatal pela ex-gerente de Abastecimento Venina Velosa da Fonseca.
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Ele argumentou, no entanto, não haver "qualquer condição de continuidade" da atual diretoria. Nesta terça-feira (16), a Petrobras divulgou nota em que afirma que Foster não recebeu os e-mails de alerta da funcionária antes de 20 de novembro deste ano, quando Fonseca perdeu o cargo de gerente.
"Isso tem que ser investigado. (...) Não há qualquer condição da continuidade dessa direção", afirmou após reunião com vice-presidentes e líderes tucanos. "É preciso que nós resgatemos, pelo menos minimamente, a capacidade da Petrobras de enfrentar uma situação de mercado extremamente difícil."
Segundo o comunicado da Petrobras, o terceiro sobre o episódio, as mensagens enviadas em 2009, 2011 e 2012 "não explicitaram irregularidades relacionadas à Rnest (como é conhecida internamente a refinaria), à comunicação do abastecimento e à área de comercialização de combustível de navio".
RELATÓRIO PARALELO - O tucano afirmou ainda que o partido apresenta nesta quarta-feira (17) um relatório paralelo ao apresentado pelo deputado federal Marco Maia (PT-RS) na CPI do Congresso que investiga irregularidades na Petrobras.
Para o senador, o documento apresentado pelo petista "envergonha o Congresso Nacional". Aécio afirmou que o relatório da oposição "vai propor indiciamentos e pedir de forma muito clara que essa direção não tem condições de permanecer".
"É preciso que haja uma mudança radical no comando (da Petrobras)", disse.
Questionado se a presidente Dilma Rousseff poderia ser responsabilizada no documento por irregularidades apontadas na Petrobras, afirmou: "É possível que sim". Aécio disse ainda que o relatório de Maia "lava as mãos" diante das denúncias de desvios na empresa.
O PSDB afirma já estar coletando assinaturas para criar uma nova comissão parlamentar de inquérito, que teria início em fevereiro, quando o novo Congresso tomar posse.