A presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer voltaram a se reunir nesta segunda-feira (22) para discutir as indicações do PMDB para compor o ministério do segundo governo da petista. A expectativa é que a sigla consiga definir com Dilma até esta terça-feira (23) os nomes a serem anunciados.
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Presidente nacional do PMDB, Temer voltou para Brasília no início da tarde e foi chamado por Dilma para uma reunião de cerca de meia hora no Planalto. Apesar do encontro, os dois ainda não conseguiram chegar a uma decisão final.
Mesmo se os dois conseguirem definir quem integrará a cota peemedebista no segundo governo de Dilma, a expectativa é de que o anúncio oficial só aconteça no início da próxima semana. Em café da manhã com jornalistas nesta segunda, Dilma disse que pretende anunciar a maior parte dos ministros até o dia 29 de dezembro e que todos os 39 ministros tomarão posse com ela em 1º de janeiro.
No comando de cinco ministérios atualmente --Agricultura, Minas e Energia, Aviação Civil, Previdência e Turismo--, o PMDB espera conquistar mais uma pasta no próximo governo. A senadora Kátia Abreu (TO) já é dada como certa na Agricultura. Em evento na semana passada, quando a senadora assumiu pela segunda vez a presidência da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Dilma discursou e disse que as duas estarão "mais próximas do que nunca" nos próximos quatro anos.
Um dos impasses enfrentados por Dilma para concluir seu ministério é a crescente lista de suspeitos de envolvimento na operação Lava Jato.
Para não correr o risco de nomear alguém que poderá a ser citado pelos delatores do esquema, como o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, Dilma afirmou nesta segunda que irá perguntar ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre o envolvimento de todos os prováveis ministros.
"Eu consultarei o Ministério Público mais uma vez. Qualquer pessoa que eu for indicar eu consultarei o que tem quanto a pessoa. Eu não quero que ele me diga o quê. Eu só quero que ele me diga sim ou não, mais nada", disse Dilma.
Segundo ela, somente o Ministério Público poderá confirmar oficialmente se alguém se envolveu mesmo no esquema de corrupção da Petrobras.
Cotado para assumir o ministério da Previdência, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), é um dos que podem ficar sem indicação. Em reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" da semana passada, ele aparece como um dos que teriam recebido propina do esquema, segundo delação de Paulo Roberto Costa.