Cultura

Presidente do Ibram deixa governo federal para liderar a Cultura em Minas

Ex-prefeito da cidade mineira de Ouro Preto, Araújo Santos volta a seu Estado depois de passar pouco mais de um ano e meio à frente da autarquia responsável pela gestão de 30 museus federais

Da Folhapress
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Publicado em 25/12/2014 às 17:25
Foto: Reprodução/Portal do Ibram
Ex-prefeito da cidade mineira de Ouro Preto, Araújo Santos volta a seu Estado depois de passar pouco mais de um ano e meio à frente da autarquia responsável pela gestão de 30 museus federais - FOTO: Foto: Reprodução/Portal do Ibram
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Depois de ser cotado para assumir o Ministério da Cultura no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, o atual presidente do Instituto Brasileiro de Museus, órgão ligado ao MinC, está deixando o governo federal para ser secretário de Estado da Cultura no governo do petista Fernando Pimentel em Minas Gerais.

"É um momento importante para Minas", diz Araújo Santos, em entrevista. "O Pimentel me queria no governo dele e pediu minha liberação à presidente."

Ex-prefeito da cidade mineira de Ouro Preto, Araújo Santos volta a seu Estado depois de passar pouco mais de um ano e meio à frente da autarquia responsável pela gestão de 30 museus federais e pela elaboração de políticas públicas para a museologia.

Ele assumiu o Ibram, criado há cinco anos, a convite da ex-ministra Marta Suplicy, que deixou há pouco o MinC. Seu sucessor será definido pelo próximo titular da Cultura.

À frente do Ibram, Araújo Santos enfrentou uma greve de servidores de instituições como o Museu Nacional de Belas Artes e causou polêmica com o decreto que autoriza o governo a declarar como bens de interesse público obras de coleções privadas.

Entre outras medidas, o decreto exige que colecionadores com obras declaradas de interesse nacional informem sobre a possível venda das peças, permita inspeções do governo e dê preferência de compra ao Ibram caso decidam se desfazer de um trabalho.

Um dos últimos atos de Araújo Santos à frente do Ibram, aliás, será aprovar o regimento interno do conselho do patrimônio artístico nacional, o que permite que obras passem a entrar para uma lista de peças chave para o país já no ano que vem.

"Isso vai ser feito com muita tranquilidade", diz Araújo Santos. "Fizeram terrorismo com uma interpretação equivocada desse decreto, houve certa tensão, mas isso agora já se desfez."

Araújo Santos também acaba de costurar um acordo com o casal de colecionadores Jacques e Maria Helena de Toledo Boulieu, que doará seu acervo com mais de mil peças de arte sacra para a criação de um novo museu do gênero em Ouro Preto.

Ele lista entre as prioridades do novo titular do Ibram o término das obras de reforma dos museus ligados à autarquia, em especial o Museu Nacional de Belas Artes, no Rio, e a transferência do Museu Nacional do Conjunto Cultural da República, em Brasília, para a esfera federal --o museu é ligado ao governo local.

Outra prioridade é a criação do Museu Nacional Afro Brasileiro, também em Brasília, para o qual o Instituto de Arquitetos do Brasil organizará um concurso internacional de projetos no ano que vem.

Araújo Santos também espera para o primeiro semestre de 2015 a inauguração do Museu Casa Geyer, no Rio.

Mesmo depois da doação do acervo da família que dá nome à instituição, algumas obras sumiram da casa e são procuradas pela polícia. Araújo Santos diz que conseguiu garantir o tombamento das peças e que o sumiço não impede a abertura do museu.

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