O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), candidato à presidência da Câmara dos Deputados, esteve na manhã desta quinta-feira (15) no Recife para reunir-se com parlamentares pernambucanos, na tentativa de angariar votos para a sua eleição. O encontro ocorreu em um hotel no bairro da Ilha do Leite. No final da manhã, o deputado paulista seguiu para o Palácio do Campo das Princesas, onde se reuniu com o governador Paulo Câmara, que assumiu interinamente a presidência do PSB.
Além de Chinaglia, concorrem à presidência da Câmara os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Julio Delgado (PSB-RJ). Contando com a hipótese de a eleição ir para um segundo turno, o petista antecipou que, caso não passe para a segunda etapa, apoiará o deputado Julio Delgado (PSB-MG). Chinaglia afirmou que um acordo entre os dois parlamentares para apoio mútuo no segundo turno. "Se não formos e o Julio para o segundo turno, se não ganharmos no primeiro turno, um vai apoiar o outro no segundo turno. Eu acho que a eleição nunca esteve definida", afirmou.
Depois, o parlamentar se contradisse, afirmando que não poderia garantir o apoio do mineiro. "Se o Julio for para o segundo turno, ele terá o meio apoio, estou dizendo isso agora. E se eu for para o segundo turno, eu trabalharei para ter o apoio dele. Acho que teremos", completou. Questionado se o apoio não estava certo, o deputado respondeu que o socialista teria apenas sinalizado e que não poderia responder por ele. "Você pode ligar para ele e perguntar", disse. Um dos deputados que acompanhou Chinaglia, Fábio Ramalho (PV-MG), afirmou que Delgado já teria confirmado o apoio ao petista.
O petista adimtiu que está em desvantagem junto à bancada pernambucana. "Aqui em Pernambuco, na minha opinião, hoje, pelo apoio do PSB e do PSDB, o Julio Delgado está na frente. Quem está segundo sou eu. Em terceiro lugar distante está o Eduardo (Cunha)", declarou.
LAVA-JATO
A citação do nome do deputado Eduardo Cunha na operação Lava-Jato, que investiga irregularidades e corrupção na Petrobrás, também foi tratada na reunião. Esta semana, o parlamentar classificou de "alopragem" a questão. "Eu sou de uma postura que quando eu quero fazer uma denúncia, eu faço a denúncia e provo. Quando eu quero dizer minha opinião, eu dou minha opinião. Mas não desvio do problema. Quando a pessoa fala que houve uma 'alopragem', ela se esconde atrás do verbo para não dizer o que pensa. Não quero entrar nesse campo da Lava-Jato, não tenho nada a ver com isso, tô fora", declarou.
A reunião no Recife foi articulada por Silvio Costa (PSC), um dos coordenadores da campanha do petista. O pernambucano também opinou sobre o possível envolvimento de Eduardo Cunha na investigação da Polícia Federal.
"Não tenho nada de pessoal contra ele. Agora, imagine que você mora no prédio, vai ter uma eleição de síndico e você descobre que um dos candidatos fez um jacaré (esquema para desvio de água) ou um gato (roubo de energia). Então eu acho que tem que esclarecer que o cara fez um jacaré e um gato. Eu acho que essa questão que está sendo colocada do senhor Eduardo Cunha, é um assunto que tem que estar na pauta da Câmara", disse. "No Poder Judiciário é que tem aquela frase: na dúvida, pró-réu. Isso é no Judiciário, não é no Legislativo", acrescentou.
PALÁCIO
No Palácio do Campo das Princesas, Chinaglia foi recebido pelo pelo governador Paulo Câmara, pelo prefeito do Recife, Geraldo Julio, e pelos deputados federais Felipe Carreras (PSB), André de Paula (PSD) e Anderson Ferreira (PR). Também acompanharam a reunião Silvio Costa e Luciana Santos. Nenhum dos participantes concedeu entrevista após o encontro.
No hotel, participaram da conversa os deputados Jorge Corte Real (PTB), João Paulo (PT), Kaio Maniçoba (PHS), Zeca Cavalcanti (PTB), Adalberto Cavalcanti (PTB), Gonzaga Patriota (PSB), Luciana Santos (PCdoB) e Fernando Ferro (PT). O senador Humberto Costa (PT) também acompanhou parte da reunião. Vieram com o candidato os deputados Sibá Machado (PT-AC), Fábio Ramalho (PV-MG) e Givaldo Carimbão (PROS-AL).
Durante a campanha, Chinaglia já passou pelos Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Piauí, Ceará e Sergipe. De Pernambuco, o deputado seguiu para Maceió, para encontro com bancada alagoana e, à noite, estava prevista a partida para São Luiz.
