STF

Procurador-geral cria grupo de trabalho para auxiliá-lo na Lava Jato

Equipe atuará paralelamente à força-tarefa já criada, que tem como foco as ações de primeira instância que tramitam na Justiça Federal do Paraná.

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Publicado em 20/01/2015 às 11:22
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, criou um grupo de trabalho para auxiliá-lo nos processos relativos à operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), que investiga um esquema de corrupção na Petrobras.

A equipe atuará paralelamente à força-tarefa já criada por ele, que tem como foco as ações de primeira instância que tramitam na Justiça Federal do Paraná.

De acordo com portaria assinada nesta segunda-feira (19), o grupo de trabalho terá duração de seis meses e será coordenado pelo procurador-regional da República Douglas Fischer. Contará, ainda, com outros sete integrantes do Ministério Público.

A expectativa é que Janot, no início de fevereiro, apresente as primeiras denúncias e pedidos de abertura de inquérito contra políticos detentores de foro privilegiado. O grupo, que trabalhará em parceria com a força-tarefa, terá atuação voltada para o STF.

Isso porque os processos da Lava Jato tramitarão na Segunda Turma do Supremo, um colegiado composto por cinco ministros. O plenário da corte, que conta com todos os 11 ministros, só será palco de processos caso eles atinjam os futuros presidentes da Câmara e do Senado.

POLÍTICOS

Janot pode apresentar denúncias contra autoridades que o Ministério Público considera ter provas de participação no esquema ou pedir abertura de inquéritos contra aqueles que têm contra si apenas indícios.

De uma forma ou de outra, inquéritos ou denúncias não significam culpa, uma vez que somente após o processo e julgamento pelo STF uma autoridade pode ser condenada.

Um dos principais delatores da Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que entre 35 e 40 políticos foram citados por ele em seu depoimento.

Entre os políticos que deverão ser denunciados pela Procuradoria-Geral da República está o ex-presidente da República e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Segundo a reportagem apurou, autoridades responsáveis pelo caso consideram já haver ''elementos suficientes'' para denunciar o senador, sem a necessidade de se colher novas provas por meio de um inquérito, o que está sendo chamado de ''denúncia direta''.

Em 2014, policiais federais encontraram no escritório do doleiro Alberto Youssef, em São Paulo, oito comprovantes de depósitos para o senador, que somam R$ 50 mil. Todos os depósitos foram feitos em dinheiro vivo nos dias 2 e 3 de maio de 2013.

Logo que as acusações vieram a público, em maio de 2014, Collor negou conhecer ou manter "relacionamento pessoal ou político" com o doleiro e se disse vítima de uma campanha difamatória da mídia, que não se "conforma" em vê-lo inocentado das acusações que levaram a seu impeachment, em 1992.

Outros políticos, como o deputados Luiz Argôlo (SDD-BA) e o ex-deputado André Vargas (sem partido-PR), também são acusados de envolvimento com Youssef.

O temor dos desdobramentos da Lava Jato ainda levou a cúpula do PMDB a dar um um tímido e lacônico apoio aos seus dois postulantes à presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, Eduardo Cunha (RJ) e Renan Calheiros (AL).

Maior aliado do PT na coalizão de apoio a Dilma Rousseff, o PMDB foi citado como um dos beneficiários do esquema de desvio de recursos da Petrobras e foi pego de surpresa com a prisão do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró, na semana passada –peemedebistas dizem nos bastidores que ele transitava no entorno político de Renan.

O PMDB articula um plano B se as investigações atingirem o senador alagoano: o lançamento de Eunício Oliveira, derrotado na eleição ao governo do Ceará.

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