No mais recente desdobramento da Operação Lava Jato, a Polícia Federal decidiu nesta terça-feira (27) que abrirá mais dez inquéritos para investigar grandes empreiteiras em atividade no país que ainda não haviam recebido uma investigação específica.
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As empresas que serão alvo das novas investigações, segundo a PF, são MPE Montagens e Projetos Especiais, Alusa Engenharia, Promon Engenharia, Techint Engenharia e Construção, Skanska Brasil Ltda., GDK, Schahin Engenharia, Carioca Christiani Nielsen Engenharia e Setal Engenharia Construções e Perfurações Ltda. A décima empreiteira a ser investigada é a Andrade Gutierrez, conforme a Folha de S.Paulo já havia noticiado no último sábado.
A decisão da PF objetiva a investigação sobre as empresas, "seus dirigentes e funcionários possivelmente envolvidos", segundo ofício assinado pelo delegado da PF Eduardo Mauat da Silva.
Segundo o delegado, as novas investigações são necessárias "a fim de receber de forma organizada os dados relativos a outras empresas possivelmente envolvidas em fraudes ligadas à estatal Petrobras, viabilizando o aprofundamento das investigações em relação às mesmas".
Boa parte dessas empreiteiras aparece citada nos depoimentos do empresário da construção civil Augusto Ribeiro de Mendonça Neto --que assinou com o Ministério Público Federal um acordo de delação premiada--, como integrantes do chamado "clube" de empreiteiras, um grupo que acertava o resultado de licitações e definia valores de contratos com a Petrobras.
De acordo com as denúncias apresentadas no final de 2014 à Justiça Federal pelo Ministério Público Federal, o suposto cartel era formado por Odebrecht, UTC, Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Queiroz Galvão, Iesa, Engevix, OAS, GDK, Setal, Techint, Andrade Gutierrez, Promon, MPE e Skanska. Sobre as oito primeiras empreiteiras, já existem inquéritos na PF desde o ano passado e alguns de seus principais dirigentes estão presos em Curitiba (PR), acusados de crimes diversos, como corrupção e fraude a licitações.
Por causa das citações na Lava Jato, anteriores às aberturas dos inquéritos, a própria Petrobras havia anunciado em dezembro passado que impediria que nove dessas empreiteiras fossem contratadas e participassem de licitações: Alusa, Andrade Gutierrez, Carioca, GDK, MPE, Promon, Setal, Skanska e Techint. Só a Schahin Engenharia não havia sido incluída nessa lista da estatal.
Procurada pela reportagem no início da noite desta terça-feira, a Andrade Gutierrez informou que, como ainda não notificada oficialmente pela Justiça ou pela PF, não irá se pronunciar sobre o assunto.
A reportagem não conseguiu localizar a assessorias de Skanka, Schahin, MPE, Alusa e GDK. As assessorias de Setal, da Promon e Carioca não se manifestaram até as 20h45 desta terça.