A Polícia Federal desconfia que o doleiro Alberto Youssef e o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, presos na superintendência do órgão em Curitiba em decorrência da Operação Lava Jato, fumaram maconha dentro da cela na carceragem.
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Em documento interno, dois agentes federais relatam ter sentido um "odor característico de entorpecente" vindo da cela em que estavam Youssef e Costa,no entanto, ao entrarem, ouviram a descarga do sanitário.
O caso, ocorrido em julho de 2014, foi revelado nesta terça (3) pelo site do jornal "O Estado de S. Paulo".
Os presos da Lava Jato "logo saíram [da cela] aparentando certo desconcerto", narra um dos agentes. Em seguida, o delegado Ivan Ziolkowski foi chamado para apurar o fato.
A versão dos presos dá conta de que eles fumavam na cela, sim, mas não maconha.
Tratava-se tão somente, afirmou Costa ao delegado, de um cigarro de chá de hortelã confeccionado com uma página da Bíblia.
O preso também contou que tinha um isqueiro, que foi recolhido pelos agentes da Polícia Federal.
Ziolkowski não ficou convencido com a narrativa. Pediu, então, que o preso enrolasse outro cigarro de hortelã com uma folha bíblica --e acendesse o artefato.
No entanto, o cheiro, disseram os agentes, não era igual ao que sentiram.
Outros presos sentiram o aroma característico da cannabis --ou "cheiro de mato queimado", definição que o relatório atribui a um detento. Outro ficou animado e tascou: "Vai deixar nós tudo doidão [sic]", diz o documento.
PRERROGATIVA
Por ser advogado, Costa tem a prerrogativa de receber visitas sem a presença de agentes carcerários.
A Polícia Federal usou cães farejadores na tentativa de achar indícios da droga em todas as celas da carceragem em Curitiba, mas acabou não encontrando nada.
No dia último dia 19, o Ministério Público Federal decidiu pelo arquivamento do inquérito, já que não houve flagrante e não há provas do uso da droga dentro da cadeia.