CPI

Petição no Congresso pede nova comissão para investigar a Petrobras

Mais da metade dos parlamentares pernambucanos assinou o documento, inclusive dois integrantes da bancada governista

Mariana Mesquita
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Mariana Mesquita
Publicado em 05/02/2015 às 0:15
Foto: Edmar Melo/JC Imagem
Mais da metade dos parlamentares pernambucanos assinou o documento, inclusive dois integrantes da bancada governista - FOTO: Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Treze dos 25 deputados pernambucanos assinaram a petição que pede a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a prática de atos ilícitos na Petrobras, entre 2005 e 2015. Protocolado na última terça (03), o requerimento traz 186 assinaturas válidas e será analisado hoje (O5/02) pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Caberá a ele autorizar, ou não, a CPI. 

Entre os pernambucanos, a maioria dos defensores da CPI pertence ao PSB: Fernando Filho, Gonzaga Patriota, João Fernando Coutinho, Marinaldo Rosendo, Pastor Eurico, Tadeu Alencar e Felipe Carreras. Este último, mesmo licenciado, assinou o documento. Betinho Gomes, Bruno Araújo e Daniel Coelho, do PSDB, e Mendonça Filho, do DEM, também integram o grupo de oposição que, conforme o esperado, posicionou-se a favor da CPI.

ALIADOS, MAS INDEPENDENTES

Mais surpreendente foi a inclusão de Anderson Ferreira, do PR, e de Wolney Queiroz, do PDT, integrantes da base governista, entre os signatários da petição. Na lista de assinaturas, são perceptíveis as ausências de Jarbas Vasconcelos, do PMDB, e Augusto Coutinho, do SD, ambos adversários de Dilma Rousseff.

“Faço parte da base governista, mas tenho independência nos meus posicionamentos e respondo por meus atos perante meu eleitorado, que cobra de mim um posicionamento ético”, justificou-se Anderson Ferreira, frisando que “transparência é bom para qualquer governo” e que, durante toda a campanha eleitoral, Dilma negou qualquer envolvimento com os esquemas criminosos.

A reportagem do JC não conseguiu falar com Wolney Queiroz nem com Jarbas Vasconcelos.

"Transparência é bom para qualquer governo", disse Anderson Ferreira (PR), que assinou a petição apesar de ser aliado de Dilma

Já Augusto Coutinho explicou que não assinou a petição, que foi protocolada na última terça (03), porque só tomou posse ontem, um dia depois. “Acho um pedido muito oportuno diante da roubalheira existente, é fundamental que se tenha um aprofundamento sobre esse esquema de desvios do erário público. Só penso que talvez os responsáveis tenham se precipitado um pouco. Eles poderiam ter esperado para pegar mais assinaturas, inclusive a minha. Espero que isso não venha a prejudicar o andamento do processo, caso o PT pressione para impedir esta nova CPI”, declarou.

CPI ADICIONAL PODE ESTAR EM CURSO

A “pressa” em dar em entrada na CPI se justifica pelo fato de que o regimento da Câmara só permite o funcionamento simultâneo de no máximo cinco inquéritos. Quatro pedidos de CPIS já foram protocolados, nos três primeiros dias de legislatura: além da CPI da Petrobras, quer-se investigar as pesquisas eleitorais e seus resultados nas eleições, as denúncias de irregularidades nos planos de saúde privados e as causas da violência no Brasil.

Paralelamente, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) articula a criação de uma outra CPI, com formação mista, incluindo senadores e deputados. Ele precisa mobilizar, para isso, 27 senadores e 171 deputados federais.

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