O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, autorizou hoje (13) tratamento psicológico para o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde está preso, atendendo a um pedido de defesa Cerveró, que usa medicamentos contra a depressão e faz tratamento psicoterápico há alguns anos, segundo os advogados.
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Para evitar deslocamentos até uma clínica e a mobilização de escolta da polícia, o tratamento só poderá ser feito nas dependências da superintendência e os advogados deverão enviar ao juiz relatórios periódicos sobre o tratamento: “Autorizo que o acompanhamento psicológico/psiquiátrico de Nestor Cerveró seja realizado nas dependências da carceragem da Polícia Federal, em lugar reservado, com periodicidade semanal ou quinzenal, segundo orientação e com duração estipulada pelo profissional a ser contratado, às expensas do acusado, pela defesa, cujo nome deverá ser informado a este Juízo no prazo de cinco dias", decidiu Moro.
No pedido feito ao juiz, a defesa de Cerveró anexou laudo assinado pela psicóloga Elizabeth Carneiro, que pede autorização para começar o tratamento na prisão. Os advogados chegaram a pedir a internação dele, mas desistiram.
"Declaro, para os devidos fins, que Nestor Cerveró é meu paciente há três anos e faz tratamento psicoterápico, desde essa época, para um quadro de transtorno de ansiedade. Desde o mês de abril de 2014, vem apresentando sintomas depressivos severos, necessitando assim de tratamento psicológico também para essa patologia. Apresenta-se atualmente com depressão maior, sendo extremamente danosa a interrupção do tratamento psíquico", diz a médica no laudo.
De acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), no dia 16 de dezembro Cerveró sacou R$ 500 mil de um fundo de previdência privada e transferiu o valor para a filha, mesmo tendo sido alertado pela gerente do banco de que perderia 20% do valor. Em junho do ano passado, o ex-diretor da Petrobras havia transferido imóveis para seus filhos, com valores abaixo dos de mercado. Na intepretação do MPF, Cerveró tentou blindar o patrimônio contra as investigações da operação lava-jato e, por isso, a prisão foi requerida. A defesa nega que os saques tiveram a intenção de se desfazer do patrimônio.