OPERAÇÃO

Anastasia diz que inquérito da Lava Jato servirá para demonstrar a verdade

Segundo o ministro do STF Teori Zavascki, o senador também é investigado por suposto envolvimento com irregularidades na Petrobras

Da Agência Brasil
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Publicado em 07/03/2015 às 15:18
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Segundo o ministro do STF Teori Zavascki, o senador também é investigado por suposto envolvimento com irregularidades na Petrobras - FOTO: Agência Brasil
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Ao deferir nessa sexta-feira (6) a abertura de novos inquéritos e pela quebra do sigilo dos procedimentos que investigam pessoas citadas na Operação Lava Jato, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestou sobre um inquérito, já aberto, que apura o envolvimento do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) nas irregularidades na Petrobras. De acordo com despacho assinado pelo ministro, que é o relator do caso no STF, não há necessidade de se instaurar investigação específica sobre o senador. O pedido de separação do inquérito foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na última terça-feira (3), quando enviou ao Supremo a lista dos supostos envolvidos nos casos de corrupção na Petrobras.

O argumento de Janot para solicitar o “expediente específico exclusivamente” em relação a Anastasia é de que havia apuração conjunta também do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do ex-deputado Luiz Argôlo (SDD-BA). Já para Teori, como os citados são objeto de outras petições, o inquérito instaurado se dedicará somente à investigação de Anastasia.

O magistrado aceitou nessa sexta-feira (6) 21 pedidos de abertura de inquérito sobre autoridades com suspeita de envolvimento em desvios na Petrobras. No que diz respeito aos documentos sobre o senador, o ministro também elimina o sigilo com base na Constituição Federal quando diz que “a publicidade dos julgamentos do Poder Judiciário é pressuposto inafastável de sua validade”. Ele delega o juiz Márcio Schiefler Fontes, que trabalha em seu gabinete, para conduzir o inquérito criminal.

O inquérito aponta que Jayme Alves Oliveira Filho entregou em 2010 uma mala com aproximadamente R$ 1 milhão em uma casa na cidade de Belo Horizonte. De acordo com as investigações, Jayme transportava dinheiro para o doleiro Alberto Youssef, que teria dito que o dinheiro era para Anastasia. Nos depoimentos, porém, Youssef nega que tenha pedido para entregar valores especificamente para o senador.

Neste sábado (7), o senador divulgou nota em que informa desconhecer Jayme e o doleiro Youssef. Anastasia diz ser “absolutamente falsa” a alegação de que teria recebido valores em dinheiro de Jayme, a mando do doleiro. O senador lembra que Youssef negou, em depoimento, que tivesse encaminhado a ele qualquer valor.

No texto, o senador diz ainda que “não resistiria à menor verificação” o relato de que o dinheiro teria sido entregue em uma casa em Belo Horizonte sem a indicação de endereço, data e hora do encontro. Cita ainda que houve “reconhecimento precário” de uma fotografia em que a pessoa era “parecida” com ele.

Segundo Anastasia, o inquérito servirá para “demonstrar a verdade”. “Desejo, tão somente, que a apuração seja rápida, de forma a comprovar o mais breve possível minha total inocência, por respeito aos milhões de mineiros que votaram em mim para o governo e para o Senado e por toda a trajetória de minha vida pública, reconhecidamente correta e proba”, diz na nota.

Em nota, o PSDB informou que recebe, com serenidade, a divulgação da lista dos investigados. “Torna-se agora imprescindível a análise dos fatos que ensejaram os procedimentos instaurados e, tão logo esse exame seja feito, [será preciso] tomar as medidas necessárias em relação aos nomes divulgados.”

O partido diz ter ficado surpreso com a inclusão do nome de Anastasia na lista de investigados. “Temos a mais absoluta certeza de que tudo será plenamente esclarecido. Por conhecermos o seu proceder irretocável, em tantos anos de vida pública, temos a convicção de que a sua inocência será evidenciada.”

O senador e presidente nacional do partido, Aécio Neves, teve o pedido de arquivamento aceito pelo ministro do Supremo.

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