Lava Jato

Defesa pede ao STF arquivamento de investigação contra Lobão e Roseana

Os advogados alegaram que os depoimentos são ''contraditórios'' e possuem informações ''duvidosas e inconclusivas''

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Publicado em 12/03/2015 às 20:40
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Os advogados alegaram que os depoimentos são ''contraditórios'' e possuem informações ''duvidosas e inconclusivas'' - FOTO: Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
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A defesa do senador Edison Lobão (PMDB-MA) e da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB-MA) pediu nesta quinta-feira (12) ao Supremo Tribunal Federal o arquivamento da investigação contra os peemedebistas citados em delação premiada da Operação Lava Jato.

Em petição encaminhada ao ministro Teori Zavascki, os advogados de Lobão e Roseana defendem o arquivamento da investigação alegando que os depoimentos são "contraditórios" e possuem informações "duvidosas e inconclusivas" prestadas em delação premiada.

"Pelas contradições, certamente não justificaria a abertura de inquérito. Uma simples investigação é uma ofensa à dignidade da pessoa, ainda mais em um caso com essa publicidade", disse à reportagem o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

O ex-diretor Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, que se tornaram delatores para obter uma pena menor, apresentaram versões contraditórias sobre suposto suborno a Lobão e Roseana.

Enquanto Costa cita em depoimentos prestados após acordo de delação premiada que eles receberam propina do esquema de desvios da Petrobras, o doleiro rebate que não fez esses repasses.

Costa diz ter recebido dois pedidos de Lobão, de R$ 1 milhão em 2008 e R$ 2 milhões em 2010. Este valor seria usado na campanha de Roseana ao governo do Maranhão, e Youssef cuidou do pagamento, ainda segundo o executivo.

Youssef nega ter feito esse pagamento. Sugere que outro doleiro ou alguma empresa possa ter entregue os recursos a Roseana.

No caso de Lobão, há discrepâncias sobre quem pagou e onde teria sido realizada a reunião para o acerto. Inicialmente, Costa citou o gabinete do ministério de Minas e Energia. Num segundo depoimento, mencionou a casa do ex-ministro.

Para Kakay, as incongruências podem ter sido resultado de pressão sobre Costa para delatar políticos famosos.

Na petição, a defesa compara o caso de Roseana com a citação da presidente Dilma. A argumentação é que o ex-ministro Antonio Palocci teria pedido, segundo Costa, dinheiro para a candidata do PT, assim como Lobão é acusado de ter pedido dinheiro para a ex-governadora.

Mas, para os criminalistas, como não houve pedido de investigação contra Dilma, Roseana deveria ter o mesmo tratamento.

No pedido de arquivamento de Lobão, os advogados ressaltam que Youssef desmente Costa sobre valores entregues a Roseana e ao ex-ministro.

E diz que a suposta entrega de dinheiro teria acontecido em São Paulo, onde não se deu a campanha da peemedebista, então candidata ao governo do Maranhão.

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