A presidente Dilma Rousseff disse, nesta quinta (12), em cerimônia no Porto do Rio, não temer o acirramento dos ânimos nas manifestações previstas para o próximo domingo (15) em várias capitais do país.
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"Eu sou de uma época -sempre repito isso- em que a gente não podia manifestar. Quem manifestasse era preso. O Brasil se fechou e caiu numa ditadura. A gente hoje tem que olhar para a manifestação com absoluta tranqüilidade", disse a presidente.
Segundo Dilma, o que não se pode permitir são atos de violência. "Nós não podemos aceitar violência contra pessoas ou patrimônio. Vocês [a imprensa] foram vítimas disso em um momento", disse a presidente lembrando a morte do cinegrafista Santiago Andrade em fevereiro de 2014, numa manifestação na região central do Rio.
Sobre se adversários políticos estariam por trás dos atos, a presidente disse que o trabalho de descobrir é da "imprensa investigativa".
Imagens da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência no ano passado ilustram vídeos com chamados às manifestações. Colaboradores da área de propaganda do tucano constam entre os difusores do material.
Os tucanos apoiam os protestos, mas dizem que o impeachment não está na agenda do partido. O DEM também declarou apoio às manifestações, mas não informou se quer ou não a saída da presidente.
O Solidariedade, de Paulinho da Força (SD-SP), lança nesta quinta uma campanha pelo impeachment da presidente Dilma.
SEGURANÇA
A presidente Dilma esteve nesta quinta com o prefeito da cidade, Eduardo Paes, o governador Luiz Fernando Pezão e vários políticos e empresários na inauguração da ampliação do Porto do Rio.
Apesar do temor da segurança presidencial de manifestações contra a presidente, nenhum ato ocorreu. A escolha do local garantiu a tranquilidade da comitiva. O local fica embaixo da ponte Rio-Niterói, numa área em que o acesso é controlado.
Apenas 250 convidados, de acordo com a organização, tiveram acesso à área do evento. Destes, 50 eram funcionários. Apenas 30 foram selecionados para selfies com Dilma Rousseff.
Após as fotos, eles foram encaminhados ao local para receber os convidados. Do lado de fora, barcos da Marinha e do Exército cuidavam da segurança, enquanto homens do esquadrão anti-bombas da Polícia Civil vistoriam veículos -inclusive os poucos carros de imprensa que tiveram acesso a área.
As melhorias no porto possibilitarão, segundo os investidores, em um aumento da capacidade de carga do Porto do Rio. A obra terá, de acordo com a prefeitura do Rio, impacto direto sobre a importação e exportação de veículos e mercadorias armazenadas em contêineres.
A previsão é de que sejam gerados 5.000 postos de trabalho.