O ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli, que nesta quinta-feira (12) prestou depoimento à CPI da estatal, participou nessa sexta (13) de um protesto em frente ao prédio da empresa, no bairro do Itaigara, em Salvador (BA).
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"Falei a verdade buscando retirar a espuma e as versões que tentam caracterizar comportamentos individuais criminais -que devem ser punidos- como se fossem um sistema de corrupção. Ao meu ver, é uma versão fantasiosa", afirmou.
Cerca de mil pessoas protestaram nesta manhã na capital baiana em apoio à Petrobras. Organizado pela CUT, FUP, Sindipetro-Ba, o ato contou também com a presença de MST, PT e PCdoB. Os manifestantes se dispersaram por volta das 11h.
Às 15h, as mesmas centrais sindicais devem se juntar à caminhada no largo do Campo Grande, em protesto contra as últimas medidas econômicas do governo e em favor do plebiscito constituinte.
DEPOIMENTO NA CPI
Em seu depoimento à CPI, Gabrielli afirmou repetidas vezes que a corrupção na Petrobras não é sistêmica. Ele disse que os casos de pagamento de propina são "caso de polícia", já que nem mesmo as auditorias externas conseguiram identificar o problema.
Ao contrário do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) -que prestou depoimento à CPI no mesmo dia, Gabrielli recebeu críticas de deputados, e o clima chegou a esquentar. Houve bate-boca entre Gabrielli e alguns parlamentares.
O líder do PSDB Carlos Sampaio (SP) chegou a chamar Gabrielli de "cara de pau". Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse que ele era "cúmplice de um assalto de proporções gigantescas". Gabrielli repeliu as acusações e lembrou que, apesar de investigado, não está sendo indiciado.
Ele admitiu que cometeu um equívoco ao dizer que não indicou o ex-gerente Pedro Barusco, em entrevista ao "Jornal Nacional", mas arrancou risos de alguns parlamentares ao reiterar que a compra da refinaria de Pasadena foi um bom negócio. Os bens do ex-presidente da Petrobras estão bloqueados, juntamente com o de outros ex-diretores, por terem sido responsabilizados pelo TCU pelos pelos prejuízos de quase R$ 2 bilhões na compra da refinaria.