Pela primeira vez após as manifestações realizadas em todo o país a favor e contra o governo, a presidente Dilma Rousseff fez pessoalmente a defesa de seu governo e seguindo o discurso já apresentado pelos seus ministros afirmou nesta segunda-feira (16) que está disposta a levar um "diálogo humilde" com todos os setores da sociedade.
Leia Também
Dilma disse ainda que o Brasil é um país democrático que se torna cada vez mais "impermeável ao preconceito, à intolerância, à violência, ao golpismo e ao retrocesso".
"Um país que, diante de convites a aventuras e a rupturas da normalidade política, escolhe o caminho da democracia, do respeito de todos os princípios constitucionais; um país que, amparado na independência e separação dos poderes, na democracia representativa, na livre manifestação popular nas ruas e nas urnas, se torna cada vez mais impermeável ao preconceito, à intolerância, à violência, ao golpismo e ao retrocesso", afirmou Dilma em discurso durante cerimônia no Palácio do Planalto.A presidente destacou que ouviu com muita atenção as demandas apresentadas nos protestos e está disposta a dialogar com todos os setores da sociedade. "Vamos dialogar com todos, com humildade mas com firmeza. [...] Ouvir é a palavra, dialogar é a ação e o sentimento tem de ser de humildade e firmeza", disse.
Dilma comemorou ainda que as manifestações em todo o país foram pacíficas e sem casos de violência. "No dia em que celebrávamos 30 anos do retorno à democratização, tivemos nesse dia e na sexta-feira uma inequívoca demonstração de que o país de agora é um país democrático que convive para pacificamente com manifestações, ao contrário de muitos países no resto do mundo", disse.
Ainda durante o discurso, Dilma confirmou que apresentará nesta semana um pacote de medidas de combate à corrupção e à impunidade, no entanto, ela não detalhou quais serão as medidas apresentadas. Em entrevista após a cerimônia, Dilma afirmou apenas que as propostas são as mesmas que ela já apresentou durante a campanha eleitoral à sua reeleição, em outubro.
"Nós temos todos aqui absoluta concordância com essa demanda popular de combate à corrupção. [...] Sei que o protagonista dessa reforma é toda a população brasileira mas também sei que o espaço adequado para ela é o Congresso Nacional. Por isso acredito que um amplo debate entre todos os órgãos é crucial", disse.