Secretário estadual de Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim (PPS) prestou depoimento à Justiça Federal do Paraná como testemunha de defesa do presidente da UTC, Ricardo Pessoa, preso por suspeita de participação no esquema de corrupção da Petrobras.
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Jardim foi um dos políticos arrolados pelos advogados de Pessoa. Além dele, devem depor o ministro da Defesa, Jaques Wagner (PT), e os deputados federais Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Paulinho da Força (SD-SP) e Jutahy Magalhães Junior (PSDB-BA).
Respondendo a uma pergunta dos defensores, Jardim contou ter recebido R$ 150 mil da UTC em doação para sua campanha a deputado federal (ele foi eleito, mas se licenciou para assumir a secretaria), no ano passado.
Segundo Jardim, a contribuição foi autorizada por João Santana, presidente da Constran, holding controladora da UTC. Para o secretário, a doação ocorreu porque ele é especialista em infraestrutura, área de interesse do grupo.
"Natural que seja assim. Liguei para João Santana e pedi que verificasse se poderia fazer doação de campanha, e eles optaram por fazer. Acredito por eu ser uma pessoa atuante nessa área de infraestrutura", justificou Jardim.
No final do depoimento, em outro questionamento feito pelos advogados, Arnaldo Jardim disse considerar Ricardo Pessoa "qualificado e preparado", profissionalmente, e "muito agradável", pessoalmente.
Afirmou ainda não ter informações que desabonem o empreiteiro e que soube das denúncias contra ele apenas por intermédio das reportagens publicadas na imprensa.
Ricardo Pessoa é acusado de liderar o cartel de empresas que atuavam nas licitação da Petrobras.
OUTRO LADO
A reportagem entrou em contato com o secretário Arnaldo Jardim, mas ele não atendeu a ligação. A defesa de Pessoa disse que não vai se pronunciar.