O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou nesta quinta (19) que o PMDB vá pleitear o Ministério da Educação após a saída de Cid Gomes da pasta. Apesar de os peemedebistas pressionarem o Palácio do Planalto para assumirem mais um ministério do governo Dilma Rousseff, Renan disse que cabe à presidente definir quem deve assumir os cargos, sem a interferência da sigla.
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"O PMDB, no presidencialismo, ele não pode pleitear nada. A presidente, quando entende que é importante a participação do partido em alguma pasta, a presidente convida. Mas é preciso que nós tenhamos presente a lógica do presidencialismo", afirmou.
Renan não quis comentar a audiência de Cid Gomes na Câmara, a gota d'água para a saída do ministro da pasta. Dilma foi obrigada a aceitar a demissão de Cid Gomes para evitar que o PMDB deixasse de apoiá-la na Câmara e agravasse ainda mais a crise política com o Congresso.
Em uma situação inédita e constrangedora para o Planalto, a demissão de Cid (Pros-CE) foi anunciada em primeira mão pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto de Dilma.
Durante audiência no plenário da Câmara, Cid Gomes atacou o PMDB e disse que há "achacadores" na Casa. Ao ser questionado sobre a postura do agora ex-ministro, Renan desconversou após respirar fundo. "Depois eu falo, tá."
Cid chegou a ensaiar um pedido de desculpas a alguns parlamentares, mas acabou dando estocadas em deputados governistas infiéis, instando-os a "largar o osso", e atacou o PMDB.
"Tinha um que só tinha cinco [ministérios]. Criou dificuldades, criou empecilho, conquistou o sexto. Agora quer o sétimo. Vai querer o oitavo. Vai querer a Presidência."
Irritada, a cúpula do PMDB avisou a presidente que o partido abandonaria a base aliada caso o ministro, nome da cota pessoal de Dilma no seu segundo mandato e seu defensor de primeira hora, não fosse demitido.