Dez executivos presos na Operação Lava Jato foram transferidos na manhã desta terça-feira (24) para o Complexo Médico-Penal do Paraná.
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Eles deixaram a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba algemados e foram levados em um micro-ônibus até a unidade do sistema prisional estadual localizada no município vizinho de Pinhais.
A transferência de 12 detidos foi autorizada nesta segunda (23) pelo juiz Sérgio Moro, que conduz os processos da investigação que apura o pagamento de propinas em contratos da Petrobras. A mudança havia sido solicitada pela Polícia Federal, que alegou falta de espaço em sua carceragem.
Do grupo de 12 presos, apenas o operador Fernando Soares, o Baiano, e Gerson Almada, vice-presidente da Engevix, ainda continuam na sede da PF. Eles devem ser transferidos em breve.
Já foram transferidos Mário Goes, apontado como um dos operadores do esquema, o doleiro Adir Assad, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e executivos das empreiteiras Galvão Engenharia, Camargo Corrêa, Mendes Júnior e OAS.
Também compõem o grupo os executivos Erton Medeiros Fonseca (diretor da Galvão Engenharia), João Ricardo Auler (diretor da Camargo Corrêa) e Sergio Cunha Mendes (vice-presidente executivo da Mendes Júnior). Da OAS, foram transferidos o presidente da empresa, José Aldemário Pinheiro Filho, os diretores Agenor Franklin Magalhães Medeiros (área internacional) e Mateus Coutinho de Sá Oliveira e o funcionário José Ricardo Nogueira Breghirolli.
Ao chegar ao Complexo Médico Penal, por volta das 8h40, os presos foram reunidos no setor de triagem e conversaram com o diretor da unidade, a direção de segurança e os responsáveis pelo serviço social. Alguns deles já receberam a visita de advogados na manhã desta terça.
Todos os dez levaram receitas e medicamentos de uso controlado, além de muitos livros -que, ao contrário de jornais e revistas, são permitidos nas celas.
CERVERÓ E YOUSSEF
O juiz negou a transferência do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Seu advogado havia pedido acompanhamento psicológico após ele passar mal na carceragem, em fevereiro. Segundo Moro, Cerveró já está recebendo assistência na sede da PF. A pedido do Ministério Público Federal, também foi negada a transferência de Ricardo Pessoa, presidente da UTC.
Também devem continuar na carceragem da PF o doleiro Alberto Youssef e os executivos da Camargo Corrêa Dalton Avancini e Eduardo Hermelino Leite, que fizeram acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
O Complexo Médico Penal é um estabelecimento prisional estadual e foi oferecido pela Secretaria de Segurança Pública pela possibilidade de os presos da Lava Jato não terem contato próximo com outros detentos.
Moro destacou que o local parece adequado, "talvez até com melhores condições do que as da carceragem" da PF. Afirmou também que não há sentido em se presumir que os presos na operação serão vítimas de violência de outros detentos, mas admitiu que "existe algum risco nesse sentido" e, por isso, eles ficarão em uma ala reservada, devido à notoriedade da investigação.