A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou nesta quarta-feira (25) convite para que o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) preste esclarecimentos aos deputados sobre encontros com advogados das empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras e com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
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O pedido para explicações de Cardozo foi apresentado pelo deputado Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS). A base governista, no entanto, conseguiu evitar que o ministro fosse convocado, o que obrigaria sua presença na Casa, transformando o requerimento em convite.
A troca ocorreu após o vice-líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), afirmar que Cardozo está disposto a comparecer ao Congresso, o que deve ocorrer nas próximas semanas. Ele falará em audiência conjunta entre a CCJ e as comissões de Fiscalização e Controle e Segurança Pública.
Nas vésperas da divulgação dos políticos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção, Cardozo e Janot se encontraram, sem registro na agenda.
O ministro também esteve com advogados das empreiteiras. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República, órgão responsável por apurar procedimentos e atitudes de autoridades, pediu informações ao ministro sobre os encontros.
A Folha de S.Paulo mostrou ainda que Cardozo teve um encontro com Janot em Buenos Aires, na Argentina, fora da agenda e durante viagem oficial. A conversa ocorreu em um sábado de novembro de 2014.
Três dias depois, procuradores desembarcaram na Suíça em busca de contas que foram usadas, de acordo com a delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, para a Odebrecht pagar a ele suborno de US$ 23 milhões, o que a empreiteira nega.
Na semana anterior ao encontro, no dia 14, a Polícia Federal, subordinada ao ministro da Justiça, havia deflagrado a fase da Operação Lava Jato, que levou executivos das principais empreiteiras do país à cadeia.
Janot estava em Buenos Aires para para participar de encontro de procuradores dos países do Mercosul. Segundo o Ministério da Justiça, Cardozo e o procurador-geral da República ''mantiveram contato'' e, juntamente com a mulher de Janot, se encontraram para um almoço no dia 22.