O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), minimizou nesta segunda-feira (30) e classificou de "ultrapassada" a declaração do ministro Joaquim Levy (Fazenda) sustentando que, apesar de genuína, a presidente Dilma Rousseff nem sempre faz as coisas de maneira simples e eficaz.
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A avaliação faz parte de uma estratégia definida no Planalto para tentar blindar Levy, que tem comandado no Congresso as articulações para a aprovação do ajuste fiscal.
O ministro, inclusive, deve se reunir na tarde desta segunda (30) com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além de participar de reunião na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado nesta terça.
Segundo líderes governistas, a orientação do governo é preservar Levy para evitar desdobramentos sobre o pacato que altera legislações trabalhista e previdenciária e também prevê a redução das desonerações da folha de pagamento.
Nos bastidores, no entanto, os governistas não escondem o desconforto com a crítica dirigida a Dilma durante encontro com universitários, que foi revelada pela Folha de S.Paulo.
O ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) se reuniu com líderes da base aliada, mas deixou o encontro tentando despistar os jornalistas. Questionado sobre a fala de Levy, Vargas disse que não iria falar com a imprensa nesta segunda (30).
O líder do governo afirmou que a declaração de Levy era ultrapassada porque ele inclusive já apresentou uma nota esclarecendo o contexto em que foi dita.
O vice-líder do PDT, Marcos Rogério (RO), no entanto, afirmou que o ministro foi "supersincero" e disse temer os efeitos na credibilidade do país junto ao mercado.