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Dilma convida peemedebista para articulação política

A escolha de Eliseu Padilha é uma tentativa da presidente de solucionar a guerra do PMDB com o Planalto e garantir a aprovação das medidas do ajuste fiscal

Da Folhapress
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Publicado em 06/04/2015 às 21:38
Foto: Ricardo B. Labastier / JC Imagem
A escolha de Eliseu Padilha é uma tentativa da presidente de solucionar a guerra do PMDB com o Planalto e garantir a aprovação das medidas do ajuste fiscal - FOTO: Foto: Ricardo B. Labastier / JC Imagem
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Em um momento de crise em sua base aliada e de forte queda de popularidade, a presidente Dilma Rousseff convidou nesta segunda-feira (6) o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) para assumir a Secretaria de Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação política do governo.

A escolha do peemedebista é uma tentativa da presidente de solucionar a guerra do PMDB com o Planalto e garantir a aprovação das medidas do ajuste fiscal.

Segundo um interlocutor presidencial, a conversa da presidente Dilma com seu ministro ocorreu no Palácio do Planalto logo após a posse do novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, e foi testemunhada pelo vice-presidente Michel Temer.

Um peemedebista ligado a Eliseu Padilha disse à reportagem que, na conversa, ele sinalizou que pode aceitar substituir o atual titular das Relações Institucionais, Pepe Vargas, petista da cota da presidente. Mas disse que antes precisava conseguir o apoio de todo PMDB, tanto da Câmara como do Senado.

Logo depois da reunião no Palácio do Planalto, Padilha viajou para Goiânia, onde foi fazer inspeções de obras no aeroporto local. No final da tarde, já estava de volta a Brasília.

À noite, ele iria participar de reunião da cúpula peemedebista no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer, onde o convite seria discutido.

A inclusão do PMDB na "cozinha" do Palácio do Planalto foi uma sugestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele argumentava que a sigla deveria participar ativamente das decisões do governo para solucionar a crise política do segundo mandato de Dilma.

A petista tem enfrentado dificuldades no Congresso principalmente nas relações com os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, peemedebistas que têm definido uma agenda própria e imposto derrotas em votações ao governo.

O convite divide o PMDB. Uma ala do partido acredita que Padilha corre o risco de virar "um mero garçom", sem poder para fazer as negociações políticas em nome do governo. Outra avalia que seria um passo importante para o partido, de fato, participar das decisões do Planalto.

SEIS MINISTROS

O governo tem, hoje, seis ministros indicados pelo PMDB. Além de Padilha, Kátia Abreu (Agricultura), Eduardo Braga (Minas e Energia), Helder Barbalho (Pesca), Edinho Araujo (Portos) e Vinicius Lages (Turismo).

Há um sétimo ministro filiado à legenda, Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos), mas dirigentes da sigla alegam que ele é uma escolha pessoal de Dilma.

Outro peemedebista está na fila de espera. O ex-deputado Henrique Eduardo Alves já foi convidado pela presidente Dilma para o Turismo, mas ainda não assumiu por divisões internas do PMDB.

O problema é que o ex-presidente da Câmara, sendo nomeado para a pasta do Turismo, desalojaria um afilhado político do presidente do Senado, Renan Calheiros.

Uma solução, caso Padilha aceite o posto e Alves vá para o Turismo, seria indicar Vinicius Lages para a Secretaria de Aviação Civil.

Os aliados de Renan têm dito que o presidente do Senado não pode ficar discutindo cargos porque, neste momento, tem defendido uma redução pela metade no número de ministérios.

Ex-ministro dos Transportes do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, Padilha é considerado um hábil articulador político.

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