O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), classificou a prisão do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, como uma prisão política. Vaccari foi preso nesta quarta-feira (15) pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. Ele nega envolvimento no esquema.
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Para o deputado, há uma "orientação deliberada" nas delações premiadas realizadas pela Operação Lava Jato para prejudicar o PT. Sibá também criticou a oposição ao dizer que todos os partidos receberam doações das empresas investigadas pela PF.
"Na minha opinião esta é uma prisão política. Ele [Vaccari] não fez nenhum tipo de arrecadação fora do que determina a lei brasileira. Essa é a nossa posição. Confiamos no que foi feito. Estamos extremamente desconfiados de que há uma orientação deliberada nessas delações premiadas para prejudicar o PT. Nós vamos fazer a nossa defesa", afirmou.
Para o petista, os tesoureiros de outros partidos também deveriam explicar de onde receberam recursos para as campanhas eleitorais realizadas no ano passado.
"Os partidos, com poucas exceções, receberam dinheiro das empresas que hoje estão sendo investigadas na Lava Jato. De papel passado, de recibo, e aprovadas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Então, quem quer dizer que o PT pegou dinheiro de corrupção, também pegou. Então, o tesoureiro dos outros partidos também deveriam vir explicar de onde pegaram o dinheiro. Não há milagre. Não há mão divina nessa história", avaliou.
EDUARDO CUNHA
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), lamentou a prisão.
"Esse é um problema que já está sendo discutido pelo Poder Judiciário. A nós só cabe assistir e lamentar. Vamos ver no que vai dar", afirmou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O peemedebista também é investigado pelo Supremo Tribunal Federal no caso da Lava Jato. Ele nega irregularidade e diz que a inclusão de seu nome teve motivação política.
Segundo o despacho do juiz Sergio Moro, que determinou a prisão, Vaccari foi preso porque, como continuava na tesouraria do partido, poderia continuar incorrendo em crimes ou atrapalhar as investigações.
A manutenção dele [Vaccari] em liberdade ainda oferece um risco especial pois as informações disponíveis na data desta decisão são no sentido de que João Vaccari Neto, mesmo após o oferecimento contra ele de ação penal pelo Ministério Público Federal [...], remanesce no cargo de tesoureiro do Partido dos Trabalhadores. Em tal posição de poder e de influência política, poderá persistir na prática de crimes ou mesmo perturbar as investigações e a instrução da ação penal", afirmou.