Um problema técnico no painel eletrônico do plenário do Senado paralisou as votações da Casa na terça (14) por cerca de uma hora. O painel foi substituído no final de 2014, com gastos que somaram quase R$ 4 milhões, junto com a aquisição de novos computadores para os senadores utilizarem no plenário e nas comissões da Casa.
Os senadores analisavam mudanças ao projeto da lei de biodiversidade quando o painel deixou de registrar os votos dos presentes. Renan chegou a anunciar a transferência das votações para quarta (15), mas mudou de ideia e decidiu esperar o equipamento voltar a funcionar o que ocorreu quase uma hora depois.
Enquanto o sistema não voltou ao normal, senadores se revezaram em sucessivos discursos na tribuna do Senado. "Estamos tendo um probleminha aqui com o painel. Enquanto a Secretaria da Mesa prepara o painel, peço só um pouco de calma e paciência", disse Renan durante a sessão.
O senador Telmário Mota (PDT-RR) responsabilizou à "pajelança" de índios a paralisação no painel do Senado, já que os parlamentares analisavam mudança no projeto da biodiversidade que envolve os povos indígenas. "Esse é o vírus da pajelança, a injustiça contra os índios", afirmou.
A Casa comprou o novo painel após abrir pregão para a aquisição dos materiais em setembro de 2014. O custo unitário do painel foi da ordem de R$ 500 mil, somado a outras despesas para instalação do sistema de votações. Só com os notebooks, o Senado gastou cerca de R$ 1,5 milhão para substituir modelos antigos pelos novos computadores utilizados pelos congressistas no plenário. Todos já tinham direito a um tablet individual.
O painel possui 23 monitores de tecnologia LFD (Large Format Display ou Tela de Grande formato, em tradução livre) que permite maior qualidade de imagem.
Ao contrário do modelo anterior, o painel também passou a transmitir imagens do plenário do Senado durante as sessões. É possível acompanhar o parlamentar que discursa, ou imagens da Mesa Diretora da Casa. O modelo também traz a lista de todos os senadores presentes às votações e como cada um votou nos casos em que não há sigilo no voto.
Em 2001, o escândalo do "painel do Senado" resultou na renúncia dos então senadores Antônio Carlos Magalhães, morto em 2007, e José Roberto Arruda. Os dois foram acusados de violar o painel de votações do Senado na sessão secreta que cassou o ex-senador Luiz Estevão (PMDB). Uma servidora da área de informática do Senado confirmou a violação por orientação de Arruda e ACM, que na época presidia a Casa.